Rosane Oliveira diz que renegociação da dívida só sairá depois das eleições... dependendo do resultado das urnas

A editora de Política do jornal Zero Hora, Rosane Oliveira, foto ao lado, escreve na sua página de hoje que prometida para novembro, a votação do projeto que reduz a taxa de juro e altera o indexador da dívida dos Estados e municípios corre o risco de não ser realizada. Leia:

 Essa possibilidade ficou implícita, ontem, na resposta que o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, deu a uma pergunta da senadora Ana Amélia Lemos (PP) sobre o impacto do acordo na nota que as agências de classificação de risco atribuem aos títulos do Brasil. Tombini foi direto: "Eu não vou entrar nos detalhes do caso concreto, mas quero dizer que o equacionamento das finanças públicas brasileiras passou por uma reestruturação, por uma troca de dívida, por condicionalidades impostas aos entes da Federação, por indexadores que asseguraram a solvência do sistema como um todo. Enfim, é importante que esse processo continue o mais robusto possível, sob o risco de ter repercussões na avaliação de risco do Brasil". O presidente do Banco Central não tratou especificamente do projeto que está no Senado, mas disse que é preciso ter cuidado para não flexibilizar a Lei de Responsabilidade Fiscal e que "o acordo que foi feito vem funcionando ao longo dos anos".

. Ana Amélia fez a pergunta em causa própria: como disputa o governo do Estado, quer se certificar de que é real a perspectiva de renegociação da dívida. Nos debates e nas entrevistas, ela tem externado a desconfiança de que o governo marcou a votação para novembro com a intenção de não aprovar, dependendo do resultado da eleição.

. Todos os candidatos ao Piratini se apegam à renegociação da dívida como tábua de salvação. Dizem que, sem, o Estado corre o risco de se tornar ingovernável. No passado, a esperança eram os ressarcimentos da Lei Kandir e das obras em estradas federais.