Justiça do Trabalho cassa interdito que acabava com a greve, que ganha força com sindicalistas de outros Estados e transforma-se em embate político

A decisão da Justiça do Trabalho joga combustível numa greve ilegal que terminaria hoje por decisão da própria Justiça do Trabalho. 50 sindicalistas e seus aliados de fora do movimento acorrentaram-se esta manhã diante da prefeitura de Porto Alegre, reclamando audiência com o prefeito José Fortunati. Esta noite o Sindicato, controlado pela Força Sindical (Partido Solidariedade), terá assembleia geral, mas o comando de greve, dominado pela CUT (PT), apressou-se e pediu nova reunião de conciliação, esta manhã. Ambos tentam evitar o dissídio coletivo marcado para o dia 17, porque sabem que lá perderão tudo o que conseguiram até agora.

Nenhum ônibus saiu das garagens neste 15º dia de greve, porque o TRT cassou a sentença de interdito proibitório concedida no final de semana, assegurando a retomada dos serviços de transporte coletivo em Porto Alegre – mesmo que fosse necessário o uso da força.

. Isto significa que a própria Justiça do Trabalho assegura aos trabalhadores o prosseguimento da greve que ela mesma considerou ilegal e abusiva, já que foi desrespeitada decisão anterior da desembargadora Kruse, que ordenava a retomada de 70% da frota e impunha multa diária de R$ 100 mil. Nada do que ela decidiu foi respeitado, mas apesar disto a desembargadora convocou nova reunião de conciliação, a quinta, para as 11h, desta vez a pedido do comando de greve, mesmo sabendo qwue suas reuniões não serviram para nada até agora, a não ser para que fossem desrespeitadas as decisões.

. A greve assumiu novas características políticas esta manhã, porque sindicalistas vinculados à CUT, que domina o comando de greve local, importaram ativistas de outros Estados. Isto acontece embora o sindicato esteja nas mãos da Força Sindical