O comentário a seguir é do jornalista Reinaldo Azevedo no seu blog de Veja. Ele demonstra de que modo o governo perdeu o eixo político, porque depois de sugerir o plebiscito na quarta, voltou atrás na quinta de manhã e quatro horas mais tarde retornou ao ponto inicial. Leia:
Se eu não soubesse que a Irmandade Petista aguarda só o
melhor momento para, se possível, golpear a democracia — ainda que recorrendo a
instrumentos que o próprio regime democrático fornece —, seria o caso de sentir
pena da presidente Dilma Rousseff e da turma. Estão num mato sem cachorro.
Como vocês viram, depois de se encontrar com José Eduardo
Cardozo, ministro, vá lá, da Justiça, e Aloizio Mercadante, ora alçado à
condição de primeiro ministro, sem hífen, ao menos no coração de Dilma, Michel Temer
sepultou a possibilidade de o plebiscito valer já para a eleição de 2014. E ele
deixou claro: se houver plebiscito! Segundo considerou, não sem razão, o
Congresso pode fazer a reforma. Não será por falta de proposta.Muito bem: quatro horas depois, Temer emitiu uma nota,
com a chancela da Vice-Presidência da República, negando que o governo tenha
desistido do seu intento. Está escrito lá: “O governo mantém a posição de
que o ideal é a realização do plebiscito em data que altere o sistema político-eleitoral
já nas eleições de 2014″.Quatro horas antes, afirmou aos jornalistas: “Não há
mais condições — e vocês sabem disso — de fazer qualquer consulta antes de
outubro. E, não havendo condições temporais para fazer essa consulta, qualquer
reforma que venha só se aplicará para as próximas eleições, e não para essa”.
Entre uma declaração e outra, houve um piti da
presidente. Achou que foi desautorizada. Pois é… Um tema dessa importância,
vejam vocês, está submetido a essa lambança.
. O governo está mais perdido do que cachorro caído de
mudança no meio de um protesto contra… tudo isso que está aí!