- A foto ao lado é de Diego Vara, Agência RBS, e está disponível no site www.zerohora.com.br, junto com a entrevista a seguir.
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Título original: Yeda rebate críticas e diz que faltou Tarso culpar dom
Pedro I
Ex-governadora afirmou que o atual governo precisa
assumir os seus atos sem "transferir responsabilidades"
Ex-governadora defendeu seu governo após críticas de
Tarso
Carlos Rollsing
Culpada pelo governador Tarso Genro, juntamente com
Antônio Britto, pela atual crise financeira do Estado, Yeda Crusius rebateu as
críticas e afirmou que "mais conquistas" não foram possíveis na sua
gestão porque o PT e o governo federal teriam sabotado programas como o Duplica
RS, a construção da ERS-010 e a adoção um novo modelo prisional em Canoas,
sempre por meio de Parcerias Público-Privadas (PPPs)
A ex-governadora tucana defendeu o déficit zero, revelou
que está terminando um livro para contar detalhes dos bastidores do Piratini
durante a crise deflagrada por denúncias de corrupção do então vice-governador
Paulo Feijó e, com ironia, afirmou que o atual governo precisa assumir os seus
atos sem "transferir responsabilidades", em referência ao saque de R$
4,2 bilhões feito por Tarso da conta dos depósitos judiciais para custear a
máquina estatal.
Também citado por Tarso, Antônio Britto disse a ZH, por
e-mail, que não irá se manifestar sobre "debates que são próprios de
período eleitoral". O ex-governador alegou ter abandonado a vida
partidária há 12 anos.
Confira a entrevista de Yeda:
ZH — Como a senhora avalia o saque de R$ 4,2 bilhões
feito pelo governo Tarso da conta dos depósitos judiciais do Estado?
Yeda Crusius — Isso é uma decisão do governo, de política
global. Só posso dizer que ela é desnecessária. No nosso governo, provamos que
dava para ter equilíbrio nas finanças públicas e pagar as contas. Não é preciso
gastar mais do que se arrecada. O chamado déficit zero, que aos poucos as
pessoas vão entendendo, é um caminho para investir, para fazer políticas
sociais, políticas econômicas. Não é preciso estourar de novo as finanças
públicas. Conquistamos o déficit zero no segundo ano de governo, em dezembro de
2008, e depois disso o Rio Grande do Sul cresceu muito. Pegamos um Estado que
não conseguia pagar a sua folha. Do momento em que assumimos até o momento em
que saímos, com R$ 9 bilhões nos cofres, seja dinheiro do caixa único ou dos
depósitos judiciais, provamos que era possível investir em todas as áreas.
Nunca havia se gastado tanto quanto gastamos, mas gastávamos de acordo com o
que arrecadávamos. Essa é a primeira regra. Logo que assumimos, fizemos um
ajuste nas despesas de custeio, que é o que suga os cofres públicos. O
investimento era quase zero, e estamos voltando a isso. Fizemos ajuste ao
cortar 30% dos cargos de confiança, e eles não fizeram falta. E cortamos 30% do
custeio. Nunca qualquer outro Estado do Brasil havia feito um ajuste desse porte.
Nós fizemos isso como primeiro ato, dizendo que gastaríamos nas atividades fim
do governo estadual. E não nas atividades meio. Fizemos a reestruturação da
dívida, se paga hoje muito menos do que se pagou no passado. Não me venham
falar de dívida. Isso é lero-lero. Isso é enrolation. Houve uma reestruturação
de dívida que permite ao Estado pagar menos. Fizemos isso com a dívida global,
o Banco Mundial nos permitiu uma reestruturação inovadora e única. Trocamos
dívida de sete anos por dívida de 30 anos, com taxa de juros infinitamente
menor. O problema é que estão fazendo dívida outra vez. Toda vez que se tem
déficit anual, alguém cobre, e se gera dívida. Esses R$ 4,2 bilhões são
dívidas. Alguém vai ter de pagar um dia. Isso é um problema estrutural que mudamos.
Com boa gestão financeira, o Estado passou a ser realmente o Rio Grande do Sul
para o Brasil e para o mundo.
ZH — A senhora acredita que as políticas financeiras do
seu governo foram engolidas pelas circunstâncias atuais?
Yeda — Mas esse era o propósito. O propósito era tentar
apagar as estatísticas de boa gestão. Em quatro anos, não acreditaram que era
possível fazer. Mostramos que era possível. O futuro haverá de dizer. A nossa
opção foi por custeio. A avaliação vem pelos indicadores de violência,
criminalidade, educação, saúde. E, infelizmente, esses indicadores estão
piorando. O PIB decresceu.
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