Memória - O bombeiro avisa, orgulhoso: "Com novo software, o que menos fazemos agora é combater incêndios"

A reportagem a seguir é de 26 de abril de 2011. Foi publicada pelo jornal O Pioneiro, Caxias do Sul. A matéria ajuda a explicar a desastrosa atuação do Corpo de Bombeiros, subordinado ao Comando da Brigada, portanto ao governador Tarso Genro. A prática descrita na reportagem, demonstra de que forma os bombeiros trocaram a rua pelas escrivaninhas e computadores, adotando práticas que agora soam como malucas, totalmente equivocadas, incapazes de prevenir desastres e ajudar a combater incêndios no RS. A responsabilidade toda é do atual governo, que pegou um software implantado no final do governo Rigotto e  acelerou tudo. O jornal, embevecido diante de tanto avanço burocrático, ainda anuncia com orgulho: "Os europeus estão interessados no nosso progresso". Neste domingo, o jornal Zero Hora mostrou ao que leva este tipo de procedimento: a Planos de Prevenção e Combate a Incêndios fajutos, mentirosos, falsos.  Leia:


PREVENÇÃO
O PULO DOS BOMBEIROS

Software modifica relação do quartel com a comunidade e impulsiona liberação de alvarás e vistorias. Sigpi está sendo implantado em todo o Rio Grande do Sul e desperta interesse de europeus.

Caxias do Sul – O nome é extenso, mas a finalidade é encurtar trâmites. O Sistema Integrado de Gestão da Prevenção de Incêndio (Sigpi) está prestes a celebrar seis anos com chances concretas de ganhar o mundo. Não é exagero. Apesar da pouca idade, o Sigpi, software genuinamente caxiense, ganhou o aval do comando do Corpo de Bombeiros e está implantado em praticamente todo o Rio Grande do Sul. O programa ganhou velocidade graças às características comuns a qualquer software bem sucedido: rapidez, simplicidade, confiabilidade e aplicabilidade. Agora, o Sigpi está na mira da Alemanha, da Holanda e de alguns Estados brasileiros.

O Sigpi previne incêndios e desburocratiza sobremaneira o caminho para que qualquer construção minimize ao máximo o risco de sinistros. Funciona assim: o cidadão comparece ao Corpo de Bombeiros com as dimensões da futura ou atual área, o risco, o tipo de ocupação, altura da construção e os objetivos do empreendimento. O bombeiro digita as informações no computador e, de pronto, o Sigpi fornece todas as providências que o engenheiro deverá adotar para enquadrar o projeto às normas oficiais de segurança. O software detecta exatamente o ponto em que é necessário um extintor, uma escada de fuga, uma porta de emergência. O ganho é geral. Ganham os bombeiros, que fornecem informações precisas em tempo recorde, e ganha a cidade, que ergue construções respeitando as regras da boa prevenção.

Antes do Sigpi, era comum engenheiros e arquitetos sofrerem com a burocracia e terem o plano de prevenção contra incêndios (PPCI) reavaliado por inconformidade com as normas. A recusa obrigava-os a desenvolver outro PPCI e a retornar aos bombeiros para nova apresentação. A segunda visita nem sempre era definitiva. O quartel, reconhece a chefia do 5º Comando Regional do Corpo de Bombeiros (5º CRB), funcionava semelhante a um cartório, com pilhas de papéis e pastas versando sobre construções e inspeções. Vigorava o estresse: o responsável técnico ficava numa situação ruim entre sua criação, os bombeiros, a prefeitura e outros órgãos. Nesse vaivém, tempo, dinheiro e paciência escorriam pelo guichê do “cartório”.

– O que acontecia é que, antes, ficávamos reféns da planta e de toda a burocracia do antigo método. O que nos interessa é a segurança, com a efetiva instalação dos sistemas prevencionistas – avalia o subcomandante do 5º CRB, major Ricardo Vallejos França.

Um exemplo do antes e depois do Sigpi: entre 1º de janeiro e 30 de setembro de 2005, os bombeiros de Caxias aprovaram 283 planos de obras. Depois do programa, entre 1º de outubro e 31 de dezembro daquele mesmo 2005, houve aprovação de 2.083 projetos, aumento de 1.007%. A eficiência não se dá apenas na aprovação de projetos de engenharia. Exemplo: nos oito anos anteriores ao Sigpi, entre 1997 e 2005, 15% dos prédios da cidade foram inspecionados. Em tempo muito menor, de 2005 a 2007, todos os prédios foram visitados pelos bombeiros.

Os dados exibem um paradoxo anulado pelo software: as vistorias cresceram enormemente numa região cuja população inchou, tudo com menos efetivo. Ainda assim os sinistros, também paradoxalmente, não explodiram (veja quadros).

– No dia a dia, o que menos fazemos é combater incêndios – revela França.

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3 comentários:

  1. Quando o mensalão foi escancarado ao publico, o embusteiro do Tarso promovia aos 4 cantos a tese de refundacao do PT.... Pois bem Tarso, agora tens a oportunidade de fazer algo no beneficio da populacao e refundar o corpo de bombeiros que, urgentemente, carece de eficiência e qualidade, mas principalmente de coragem para salvar jovens gaúchos.

    A tragédia de Santa Maria será lembrada pra sempre como a da infâmia dos bombeiros da Brigada Militar. Quem salvou vidas foram jovens que entraram varias vezes na arapuca maldita da Kiss, não os bombeiros.

    Pela expulsão dos "comandantes" incompetentes e arrogantes dos bombeiros (quanta besteira a gente teve que ouvir desses botocudos esta semana).

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  2. Tem lugar que botam fogo todos os dias, fazem as vistorias em dupla, e nunca determinam a colocação de uma saida de emergencia! O MOTEL.

    O meu! Um aplicativo é apenas um aplicativo que não se aplica ao fogo.

    Tem aí uma aplicativo para os morros em demorramento do Rio de Janeiro?


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  3. Esse assunto realmente me preocupa e tem muitos pontos obscuros. Se integrado à polícia ostensiva deve ter orçamento próprio. De quanto é tal orçamento? E do mesmo quanto é de fato aplicado na instituição?
    Considerando que o Prefeito de Santa Maria afirmou semana passada que aquela cidade arrecada anualmente UM MILHÃO DE REAIS cobrando Taxa de Bombeiros e repassa todo esse valor aos bombeiros pergunto quem fiscaliza e como é gasto esse dinheiro?
    Acabo de ver no carnê do IPTU de nossa casa em Taquara que pagamos R$ 69,72 a título de Contribuição de INCÊNDIO, acreditem, pois esse o título. Vou saber quanto Taquara arrecada anualmente. Quero respostas tendo em vista que circula muito dinheiro para bombeiros atraves de Prefeituras e desconheço se há prestação de contas.
    Há nisto tudo um cheiro nada agradável e penso que alguém possa estar tirando vantagem. Vou buscar saber tenham a certeza.

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