Leia o que escreveu Reynaldo Azevedo sobre o assunto:
A presidente Dilma Rousseff está tomando um caminho que lhe pode ser útil eleitoralmente, mas que é muito ruim para o país. Dilma está querendo jogar nas costas da oposição seu óbvio insucesso na política econômica.
Sob o silêncio cúmplice de
vários setores da economia e de parte considerável da imprensa, Dilma resolveu
atuar como se o país não fosse uma federação e como se o Poder Executivo
central pudesse impor prejuízos gigantescos às unidades membros sem nem mesmo
uma conversa. É o caso do que tentou fazer com o setor elétrico.
Na manhã desta quarta, numa
solenidade com empresários, ela deu a entender que o governo buscará mecanismos
para garantir a redução de 20% na tarifa de energia para as empresas. Até aí,
bem! Não custa lembrar que o governo federal não tem de cumprir a Lei de
Responsabilidade Fiscal, por exemplo, a que se submetem estados e municípios.
Em seu discurso, afirmou o
seguinte disparate:
“Reduzir o preço da energia é uma decisão da qual o governo federal não recuará apesar de lamentar a imensa falta de sensibilidade daqueles que não percebem a importância disso (…). Somos a favor da redução de custos e faremos isso”.
“Reduzir o preço da energia é uma decisão da qual o governo federal não recuará apesar de lamentar a imensa falta de sensibilidade daqueles que não percebem a importância disso (…). Somos a favor da redução de custos e faremos isso”.
É um péssimo jeito de governar
porque opõe o necessário ao racional. É claro que é preciso baixar o preço da
tarifa de energia. É uma coisa necessária. Mas a forma como se fez apela à mais
estúpida irracionalidade. Para tanto, o governo federal não quis nem saber se
estaria quebrando empresas estaduais geradoras de energia.
Atrevo-me a dizer que o governo
federal contava com as respectivas recusas de CESP, Cemig e Copel; tomou a
decisão sabendo que haveria reação. Bom para o projeto de poder da presidente,
que poderia, então fazer rigorosamente o que está fazendo.
É claro que o setor empresarial
está com ela, não é? Quem não quer energia mais barata?
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