A RBS TV "flagra" autoridades e personalidades públicas e privadas, a maior parte das quais a partir de exclusividade concedida de modo inaceitável pela Polícia e pelo Ministério Público, mas seus repórteres passaram a ser objeto de uma atitude inédita por parte dos entrevistados: eles também começaram a ser gravados "clandestinamente", com câmeras e microfones ocultos, justamente para evitar edições espertas, usadas depois em reportagens escandalosas e sem direito de defesa - ou em denúncias recortadas pela Polícia ou MP. Este recado é do Twitter do repórter investigativo Giovani Grizoti, postado nesta segunda-feira:
Giovanni Grizzoti, há 15 minutos
Gravando com autoridade no Vale do Sinos. Durante entrevista, descobrimos que tb estávamos sendo gravados.
. O editor vem analisando há vários dias a distorção que a mídia assumiu a partir do momento em que começou a usar arapongas para suas reportagens (o jornal Zero Hora confessou ter utilizado os "serviços" de um agente da Casa Militar, ano passado) e informantes da Polícia e do Ministério Público (Marcos Caduri, que colabora em reportagens investigativas da RBS). Os leitores sempre acreditaram que o jornalismo local pauta-se por padrões éticos, morais e legais diferentes daqueles que abateram o News of The World. O que se percebe, agora, são distorções inaceitáveis. As distorções acabam conduzindo entrevistados a se comportar como cidadãos submetidos a estados policiais, sujeitos a investigações ilegais e destinadas a condená-lo de qualquer forma, o que os obriga a fazer aquilo que foi denunciado acima pelo repórter Giovani Grizotti.
- Este é uma das piores heranças malditas que o presidente Lula deixou para o Brasil.