Crônica de sexta, Vitor Bertioni - Um rei sem nome


Quem primeiro chamou um cão sem nome de Bénya Krik, o Rei, foi Georgy Butka, e essa história precisa ser logo contada.

Ainda ouviremos tantas coisas sobre Georgy Butka quanto o número de dedos de um homem, menos um. No entanto, por hora, basta sabermos que Butka era açougueiro, lia Babel, ouvia clássicos, enxugava as próprias lágrimas e, jogando nacos de carne na calçada, alimentava cães.

Nos tempos de nossa história, quando Butka jogava nacos de carne na calçada, um cão de pelo com manchas avermelhadas, olhar opaco e dentes à mostra era o dono da rua. Cão de poucos e roucos latidos...

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