- O autor deste artigo para domingo, Renato Sant'Ana é Advogado e Psicólogo.
E-mail: sentinela.rs@outlook.com
Não há nada mais desagradável no convívio social do que um imbecil deslumbrado consigo mesmo. Mas, vamos a coisa mais alegre.
Falando aos berros com o magnífico labrador deitado no tapete a seus pés a olhá-lo com olhos meigos, o dono vociferava: "Belíssimo cão! Bicho mimoso! Animal sagaz! Fique aqui!" E com um gesto enérgico apontava a porta. E o cachorro erguia-se de um salto e saía assustado.
Depois, com voz doce, no tom mais amorosamente paternal, ele falava: "Cachorro estúpido! Seu infame detestável! Some daqui, infeliz, que te arrebento a pontapés!", e estalava o dedo. O cão regressava ao tapete felicíssimo e parecia enamorado de seu dono.
Os dois já partiram.
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