Ministério Público do RS e Brigada desbaratam distribuidoras que venderam remédios com preços abusivos durante a pandemia

O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) – Núcleo Saúde, do Ministério Público do Rio Grande do Sul, desencadeou a 5ª fase da Operação AI-Covid-19 nesta quinta-feira, tudo com apoio da Brigada Militar. A operação visou desbaratar a ocorrência de crimes contra a saúde pública, a ordem econômica e popular e a prática de preços abusivos nas vendas públicas de insumos laboratoriais e produtos médico-hospitalares utilizados na prevenção e no combate à pandemia. 

Os alvos foram duas distribuidoras e seus três sócios, todos com endereços em Porto Alegre.

CPI da Assembleia do RS, esta semana, denunciou casos ainda mais escabrosos.

Uma das empresas alvo vendeu entre abril e maio deste ano o analgésico citrato de fentanila, que compõe o kit intubação, com valores que variaram entre R$ 34,90 e R$ 42,90, ao passo em que, no mesmo período, o preço-teto estipulado pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED) variou entre R$ 5,36 e R$ 5,73. 

O sobrepreço aplicado por ambas as empresas em seis medicamentos que compõem o kit intubação foi superior a R$ 2 milhões entre junho de 2020 e maio deste ano, conforme a investigação iniciada em abril de 2021. Entre os clientes que adquiriram esses produtos superfaturados estão hospitais, fundações e associações hospitalares, santas casas e prefeituras.