Opinião do editor - Chegou a hora de impedir os arreganhos totalitários do STF

Depois de aceitar o pedido de arquivamento do chamado inquérito de atos anti-democráticos, tudo a pedido da PGR, o ministro Alexandre de Moraes resolveu recrudescer e criou um inquérito com iguais objetivos e com outro nome. 

Diante do silêncio dos seus colegas, é de se entender que estes arreganhos totalitários possuem a chancela do próprio STF.

Uma violência institucional inaudita.

O ministro chega ao desvario de justificar a medida inaceitável, argumentando que quer defender os Poderes Legislativo e Judiciário, portanto deixando em aberta a percepção de que ambos são atacados pelo Executivo, ou seja, por Bolsonaro.

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É o fim da picada.

Alexandre Moraes arvora-se de novo à condição de promotor, chefe de polícia (ele já nomeou a delegada federal que conduzirá o inquérito), juiz e chefe da carceragem (como é no caso do jornalista Oswaldo Eustáquio e do deputado Daniel Silveira).

É de se exigir reação enérgica do Legislativo (tocar-lhe um impeachment imediato), que não pediu a investigação, mas sobretudo do acusado governo Bolsonaro (via AGU), da PGR (espertamente ignorada na sua prerrogativa legal de falar no caso), dos jornalistas ameaçados claramente na decisão (o ministro chega a acusar nominalmente o jornalista Allan dos Santos, sem que ele tenha sido sequer denunciado no inquérito anterior) e até da OAB, cujos compromissos com os direitos constitucionais de livre manifestação e de livre circulação são violados flagrantemente.