OLITA, por Vitor Bertini.
– A senhora me dá licença?
Sentada junto à janela, instalada como quem sabe que vai até o fim da linha, Olita puxou para o colo a sacola de loja que estava entre suas pernas, aproximou-se da lataria do ônibus, murmurou alguma concordância, olhou para baixo e lembrou do tempo em que não ocupava, sem querer, quase dois assentos.
Reacomodada, suspirou fundo, apertou a sacola junto ao peito, sentiu o trabalho do dia e o mormaço da tarde pesando nos olhos e, embalada pelo sacolejar da viagem, dormiu sentada.
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