Um restrito grupo de países ricos, que engloba apenas 13% da população mundial, já comprou 51% de futuras doses de vacinas que estão sendo desenvolvidas contra o vírus chinês, de acordo com relatório divulgado na quarta-feira pela ONG Oxfam.
A organização analisou dados disponibilizados pela empresa AirInfinity sobre os acordos que empresas farmacêuticas e laboratórios já fecharam com países pelo mundo para a aquisição das cinco principais vacinas em produção hoje: da AstraZeneca, Gamaleya/Sputnik, Moderna, Pfizer e Sinovac
"Mesmo que as cinco vacinas tenham sucesso, o que é bastante improvável, quase dois terços (61%) da população só terão acesso ao medicamento em 2022. Como é mais provável que algumas das vacinas não vinguem, o número de pessoas que poderá ficar sem imunização deverá ser maior", alerta a Oxfam.
A ONG calcula que, ao todo, devem ser produzidas 5,9 bilhões de doses. Destas, 5,3 bilhões já foram negociadas da seguinte maneira: 2,7 bilhões para os Estados Unidos, União Europeia, Reino Unido, Hong Kong, Macau, Japão, Suíça e Israel.
O Brasil está entre os que já adquiriram ou têm acordos para obter as 2,6 bilhões de doses restantes. Essa também é a situação de outros países em desenvolvimento, como México, Índia e China.