O Copom reduziu a Selic para 3,75% a.a., sinalizando que o plano de voo inicial é o de não fazer ajustes adicionais.
A decisão de redução de 0,50 p.p. foi baseada em projeções de inflação dentro dos limites da meta no médio prazo, conforme esta análise que os economistas do Bradesco acabam de enviar ao editor:
O choque imposto pelo Covid-19 no Brasil não foi tão enfatizado para explicar a decisão de ontem, ao contrário do que tem ocorrido na comunicação de outros bancos centrais. Contudo, a pandemia foi apontada como fator de risco baixista para a demanda e a inflação prospectiva. O colegiado apontou ainda que o balanço de riscos apresenta variância maior do que a usual. Nesse sentido, não houve a sinalização de que há intenção de novos cortes. De fato, o Copom reconheceu que questionamentos sobre a continuidade de reformas e mudanças fiscais permanentes têm o potencial de elevar a taxa neutra de juros. Sob esse contexto, novas reduções de Selic poderiam até mesmo ser “contraproducentes se resultarem em aperto das condições financeiras”. Por outro lado, o BC ressaltou que continuará fazendo uso do seu arsenal no combate à crise, com instrumentos monetários, cambiais e macroprudenciais, justamente para aliviar o aperto nas condições financeiras. A nosso ver, esse deve ser o objetivo final. Avaliamos que, a despeito dessa intenção sinalizada pelo Comitê, as circunstâncias excepcionais vivenciadas deverão levar a uma reavaliação do plano de voo, caso o choque do Covid-19 não se dissipe rapidamente.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Prezado leitor: o seu comentário é de sua exclusiva responsabilidade, conforme dispõe o Marco Civil da Internet. O fato de ser utilizado o anonimato, não o exime de responsabilidade, porque a qualquer momento seu IP pode ser levantado judicialmente e a identidade do autor surgirá de maneira clara. O editor apenas disponibiliza sua via, sua estrada, para que o leitor utilize-a, mas não tem qualquer responsabilidade em relação aos conteúdos aqui disponibilizados.