Opinião do editor - A mídia unida derrubou Collor e acha que também pode derrubar Bolsonaro

Em 1992, pouco antes de enfrentar o processo de impeachment, mas já objeto de fritura explícita por parte de boa parte dos meios políticos e da mídia, o editor-chefe do jornal Zero Hora, líder da organização jornalística mais poderosa do RS, RBS (rádios e TVs), Lauro Schirmer, chamou um dos seus colunistas mais prestigiados e travou com ele o seguinte diálogo:

Lauro Schirmer - O senhor tem escrito e apresentado comentários favoráveis a ações do presidente Collor, mas isto não será mais possível, porque agora estamos contra ele.
Colunista - Por que razão ?
Lauro Schirmer - Porque ANJ e Abert resolveram que ele deve ir embora.
Colunista - E a razão ?
Lauro Schirmer - O dr. Roberto Marinho, Rede Globo, acha que Collor traiu-o miseraveslmente, ele que o elegeu e deu-lhe até o vice, Itamar Franco.

Sem aceitar censura ou fazer autocensura, o colunista avisou que estava fora.

E foi embora.

Lauro Schirmer sempre foi algo como o cãozinho da RCA Victor.

O editor conta esta história porque os filhos do dr. Roberto, Globo, organizaram de novo as suas tropas, inclusive a RBS, mas desta vez para mandar embora o presidente Bolsonaro.

Por quer razão ?
- Porque o governo Bolsonaro cortou-lhe os naipes.

Acontece que desta vez o presidente dispõe de amplo apoio popular e desta vez as redes sociais emparedam e ameaçam a mídia tradicional, o que inclui a Globo, a Folha e a RBS. A RBS, RS, forma no batalhão de frente e ninguém, nenhum colunista da casa da família Sirotsky, nem mesmo Rosane Oliveira, Carolina Bahia, Kelly Matos ou LFV, pedirá para sair, até porque gostam do que estão cometendo todos os dias.

E mais:

- Desta vez, não é o gaoverno quem é acusado de corrupção, mas justamente seus detratores são os que estão carimbados como corruptos da pior espécie, além de formarem a vanguarda do atraso, capazes das maiores vilanias, inclusive aliando-se aos piores vilões políticos da história do Brasil.