Taxa de desemprego recuou no primeiro trimestre, diz IBGE. Mas continua muito, muito alta.

De acordo com os dados da PNAD Contínua, divulgados na sexta-feira pelo IBGE, a taxa de desocupação no Brasil recuou de 13,7% na média dos três meses encerrados em março do ano passado para 13,1% nos três meses finalizados em março de 2018. 

O resultado veio ligeiramente acima do esperado pelo mercado (12,9%), sendo impulsionado mais pelo avanço da ocupação (alta de 1,8% quando comparado ao mesmo trimestre do ano anterior) do que pela variação da população economicamente ativa (expansão de 1,1% na mesma base de comparação). Vale destacar que a ocupação privada sem carteira assinada continua crescendo, enquanto o nível de ocupados com carteira tem recuado, sempre na comparação interanual. Na série dessazonalizada, segundo nossas estimativas, a desocupação trimestral subiu de 12,4% para 12,5% entre fevereiro e março. No que tange à renda habitual real, foi registrada estabilidade interanual, ante o ritmo verificado em fevereiro (1,8%), reforçando o cenário de ausência de pressões salariais. 

Em suma, os indicadores reforçam a tendência de retomada gradual e não necessariamente linear do mercado de trabalho e do consumo doméstico, o que constitui vetor favorável para a inflação.