Fernando Dantas, Estadão - Um novo choque do vbem

Alta das commodities vem da volta do crescimento sincronizado no mundo.

Em pouco mais de um ano, entre 21 de janeiro de 2016 e 16 de fevereiro de 2017, o dólar caiu de R$ 4,17 para R$ 3,08. Isto significa que o real teve uma valorização de 35% desde o seu ponto recente mais depreciado, no início do ano passado. Aproximadamente no mesmo período, medidas do risco Brasil caíram a menos da metade. E houve forte alta da bolsa e queda dos juros.

O primeiro impulso de quem reflete sobre essa enorme melhora nos indicadores do mercado financeiro pode ser o de pensar no caos político-econômico de um ano atrás.

O observador pode concluir que o impeachment foi uma bênção econômica, e que a nova equipe econômica está operando um milagre. 


Entretanto, a grande virada dos indicadores financeiros não deve ser atribuída apenas a isso. Na verdade, o Brasil pode estar sendo beneficiado por algo que o consultor e ex-presidente do BC Affonso Celso Pastore batizou de “choque do bem”, quando o fenômeno se manifestou no início do governo Lula: um movimento sustentado pela alta das commodities exportadas pelo País, acompanhado do barateamento relativo das nossas importações. 

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