A edição de Veja desta semana mostra claramente de que modo o Congresso, sob
as bênçãos do Planalto e dos Partidos, tem reagido politicamente ao cerco da
Operação Lava Jato. PMDB, PT, PP e até PSDB estão com vários dos seus líderes presos ou sob investigação, inclusive Lula, Aécio e Temer. Estão todos unidos neste caso, que poderá resultar até em anistia e soltura de presos.
O movimento é claro.
A mídia não entende direito o que acontece ou prefere aguardar.
As Cortes superiores calam, enquanto o MPF e os juízes federais, sobretudo Sérgio Moro tentam manter a chama acesa.
Alvo de oito inquéritos no âmbito do petrolão, o presidente
do Senado, Renan Calheiros, é o capitão do time. Foi nesta condição que ele convidou o juiz federal Sergio Moro e o coordenador
da força-tarefa da Lava Jato, Deltan Dellagnol, para debater o polêmico projeto
de lei sobre abuso de autoridade. Na teoria, seriam intenções democráticas do
peemedebista. Na prática, como interpretam Moro e os procuradores, tudo não passa de intimidação
dissimulada. Enquanto isso, o líder do governo na Câmara, André Moura (PSC-SE),
indicado ao posto pelo encarcerado Eduardo Cunha, costura com um assessor do
presidente Michel Temer um projeto de lei que altera os acordos de leniência. A
medida, dizem generais da Lava Jato, “aniquilaria” a operação. Ainda na Câmara,
enquanto alguns deputados tentam anistiar a prática do caixa dois buscando,
malandramente, uma brecha no relatório que o criminaliza, outras excelências,
ainda menos decorosas, defendem a aprovação de uma emenda que conceda o perdão
generalizado à prática.
Os procuradores da Lava Jato e até a AMB, acusam até o relatório das "10 Medias Anticorrupção", agora 18, de fazer concessões ao mesmo bando.