O editor falou há pouco para os jornalitas da Rádio Serrano, Cruz Alta, que ontem elegeu prefeito do PT, e analisou a fragorosa derrota do Partido em todo o Brasil. Entre as capitais, o PT só venceu em Rio Branco, capital do Acre.
O Acre era território da Bolívia e foi anexado ao Brasil pela força armada do gaúcho Plácido de Castro (foto ao lado, 1907), que está sepultado em Porto Alegre.
Por que os restos mortasis do guerreiro gaúcho não estão depositados no Acre ?
Em 9 de agosto de 1908, Plácido de Castro
se dirigia à sua propriedade, ao lado de seu irmão Genesco de Castro, quando
foi ferido numa emboscada que lhe prepararam mais de uma dezena de jagunços,
próximo à propriedade e sob a liderança de Alexandrino José da Silva, o
subdelegado das tropas acreanas na Revolução Acreana. Rumores da época diziam
que coronel Alexandrino estava insatisfeito com a sua posição no poder do Acre,
um posto bem menor que o de Plácido, e por isso armou a emboscada. No
dia 11, ardendo em febre, implorou ao irmão, Genesco, de olhos
fechados, na presença de vários companheiros: "Logo que puderes, retira
daqui os meus ossos. Direi como aquele general africano: 'Esta terra que tão
mal pagou a liberdade que lhe dei, é indigna de possuí-los.' Ah, meus amigos,
estão manchadas de lodo e de sangue as páginas da história do Acre.. .tanta
ocasião gloriosa para eu morrer...".
O herói rio-grandense foi covardemente trucidado, aos 35
anos de idade, ficando esse crime para sempre impune. Próximo à propriedade do
seu assassino, erguido pelos fiéis amigos de Plácido de Castro, há um pedaço de
mármore assinalando o local da emboscada. Seus ossos, porém, foram sepultados
logo à entrada do Cemitério da Santa Casa de Misericórdia, em Porto
Alegre. Na fronte do pedestal, a família fez questão de deixar gravados, um a
um, nome e sobrenome dos seus catorze carrascos.
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