A PF está cumprindo 21 ordens judiciais, sendo 14 mandados de busca e apreensão, 1 mandado de prisão preventiva, 2 mandados de prisão temporária e 4 mandados de condução coercitiva.
A Polícia Federal deflagrou
nesta terça-feira a 28ª fase da Operação Lava Jato. Batizada de Vitória de
Pirro, a investigação tem como alvos o ex-senador governista Gim Argelo
(PTB-DF) e empreiteiras como a UTC e OAS, cujos dirigentes já foram condenados
pelo juiz Sergio Moro por envolvimento com o escândalo do petrolão. Segundo os
investigadores, Gim teria atuado para impedir a convocação de executivos de
empreiteiras para prestar esclarecimentos na extinta CPI mista da Petrobras e,
como vice-presidente da comissão, recebido apenas da UTC pixulecos de 5 milhões
de reais para distribuir a aliados por meio de doações eleitorais disfarçadas,
método já tornado célebre entre os investigados no petrolão.
O cerco contra o ex-senador Gim Argello, mais um dos
políticos próximos à presidente Dilma Rousseff a ter e prestar esclarecimentos
à justiça, se tornou mais forte depois das revelações do ex-diretor financeiro
da UTC Walmir Santana, delator da Operação Lava Jato.
Em sua delação premiada, Walmir Santana afirmou que "ficou
acertado entre Ricardo Pessoa [dono da UTC] e Gim Argello que tal senador
atuaria no sentido de que ele, Ricardo Pessoa, não fosse chamado a depor na
CPMI". "Em contrapartida, Ricardo Pessoa faria contribuições em favor
das pessoas indicadas por Gim Argello", completou o delator. Em julho de
2014, chegou-se a valor de 5 milhões de reais em propina para o ex-senador
distribuir a aliados.
Ainda conforme a versão apresentada pelo ex-dirigente da
UTC, os repasses começaram a ser feitos a partir de 10 de junho de 2014 para
partidos como o PR, o PMN, o PRTB e o DEM, um dos principais partidos de
oposição ao governo federal. Ao todo, a empreiteira contabilizou 1,7 milhão de
reais em dinheiro sujo enviado ao DEM, 1 milhão de reais ao PR, 1,150 milhão de
reais ao PMN e 1,150 milhão de reais ao PRTB.