Horas depois que a revista Época chegou às bancas, neste
sábado, com uma capa contra o advogado Carlos
Araújo, que foi casado com Dilma Rousseff e é pai da filha de ambos, Paula, ele
deu uma pequena entrevista ao blog Brasil1247, geralmente alinhado com o PT e o governo.
Ele desmentiu ajuda à Engevix, esclareceu pouco sobre a reportagem e preferiu atacar a Rede Globo, dona da revista Época.
Leia:
Araújo bateu duro, realizando um contra-ataque contra os
donos da Globo, proprietária da Época: "A revista deveria preocupar-se em
esclarecer por que seus patrões resolveram viver homiziados em Miami, cidade
que é um dos endereços preferidos pela máfia internacional."
O advogado diz:
– Fui surpreendido com tanta maldade. Isso é coisa de
jornalismo bandido, que não tem fatos, não tem provas, e tenta forjar uma
impressão negativa sobre as pessoas que querem atingir. Sou uma pessoa honrada
e minha prática sempre foi coerente com minha ideologia.
Carlos Araújo avalia a edição da revista como uma operação política, cuja
finalidade óbvia é tentar atingir a presidente:
– É puro jornalismo marrom, que atende a
finalidades políticas e só isso. Como todos descobriram que não têm como
publicar uma denúncia capaz de atingir Dilma diretamente, pois não há nada
contra ela, tentam agir por via indireta, tentando atingir pessoas do círculo
próximo, como eu.
A história divulgada pela revista é a seguinte.
Desesperado pela crise da Engevix, empresa investigada na Lava Jato, um dos
dirigentes da empresa, José Antunes Sobrinho, que hoje cumpre prisão
domiciliar, teria feito uma "reunião secreta" com Araújo, de quem
teria ouvido a promessa de receber a ajuda esperada. No mesmo período, diz a
revista, um casal amigo de Araújo – e da própria Dilma – teria recebido um
pagamento de R$ 200 mil.
Araújo e Antunes se encontraram – não só uma vez, mas
três vezes. O assunto era sempre o mesmo:
– Ele estava cada vez mais desesperado com a situação da
empresa e queria de todas as maneiras que eu o ajudasse a marcar um encontro
com a Dilma. Pretendia falar da situação com ela. Foram três conversas e em
todas expliquei que este não era e nunca foi meu papel. Tenho a minha vida, a
minha história, os meus valores. Jamais iria tentar interferir na agenda da
presidente. Nem ela iria permitir isso.
(Momentos antes da entrevista, o Planalto desmentiu que o
encontro tenha se realizado)
Começando a refletir sobre as providências jurídicas que
tomará, Araújo afirma que "irei a Justiça defender meus direitos com todos
os recursos cabíveis. Fui vítima de uma calúnia e vou entrar com uma ação
contra isso. E vou exigir direito de resposta, cuja necessidade agora
ficou mais evidente. Mesmo pensando em tudo isso, acho pouco. Não se pode fazer
isso contra uma pessoa, sem prova, sem fatos."