Queda da produção industrial entre outubro e novembro sugere projeção de queda de 1,5% no PIB do quarto trimestre

O resultado de outubro para novembro, consolida a projeção do banco para nova contração do PIB no quarto trimestre, da ordem de 1,5% na margem. 

Os economistas do Bradesco avaliaram esta manhã a queda de 2,4% na produção industrial na passagem de outubro para novembro, excetuados os efeitos sazonais, segundo a Pesquisa Industrial Mensal (PIM) divulgada ontem pelo IBGE. 

Esse resultado, afirmou o banco, acabou surpreendendo as expectativas, cujo consenso apontava para um recuo de 0,9% e deveu-se, majoritariamente, à forte contração da atividade extrativa no período. 

Na comparação interanual, a atividade industrial registrou declínio de 12,4%. 

O resultado foi impulsionado pela retração em 14 dos 24 setores pesquisados, com destaque para a indústria extrativa, que recuou 10,9% na margem. Tal desemprenho foi reflexo do acidente em Mariana-MG e da greve dos petroleiros no período. Também foram destaques as variações negativas observadas nos segmentos de produtos do fumo (-14,9%), produtos eletrônicos e ópticos (-6,0%) e outros produtos químicos (-4,4%). Já o segmento de veículos automotores, reboques e carrocerias cresceu 1,3%, insuficiente, entretanto, para reverter a queda de 19,2% acumulada nos três meses anteriores. Entre as categorias de uso, os bens intermediários apresentaram o maior recuo entre outubro e novembro, de 3,8%, caindo 10,8% em relação ao mesmo período do ano passado. No mesmo sentido, os bens de capital intensificaram a retração verificada nos meses anteriores, com  queda de 1,6% na margem e de 31,2% na comparação interanual. Com isso, acumula declínio de 25,1% em 2015. Os bens duráveis também registraram baixa em novembro (-3,2% na margem), enquanto os semiduráveis e não duráveis cresceram 0,4%. 

Avisa o banco, como prognóstico:

Mantemos nossa expectativa de manutenção do fraco desempenho da indústria nos próximos meses, diante do persistente baixo nível da confiança do empresariado industrial e dos estoques em patamares ainda bastante elevados (a despeito da queda na margem em dezembro). Ademais, o setor de construção civil mantém o ajuste em sua cadeia produtiva (os insumos típicos da construção civil acumulam queda de 7,0% nos últimos três meses), assim como o segmento de veículos automotores. Por fim, o resultado de hoje sugere nova contração do PIB no quarto trimestre, da ordem de 1,5% na margem.

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