Abriu ontem a Fenadoce, Pelotas, maior evento do gênero no País. A festa irá até o dia 14 de junho. No ano passado, 285 mil pessoas passaram pela exposição, cujos 300 estandes venderam 2,1 milhões de doces.
Além dos doces, ampla programação foi incluída nas ações da festa.
O Centro de Eventos abre de segunda a sexta, das 14h as 23h, e nos sábados, domingos e feriados, das 10h as 23h. O ingresso custa R$ 8,00 por pessoa, mesmo preço do estacionamento.
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A tradição doceira de Pelotas
Pelotas herdou a tradição doceira de Portugal. O Jornal da Noite de Pelotas conta desta forma o que aconteceu. Leia:
Das
cozinhas dos conventos surgiram os ovos moles que deram origem a tantos outros
doces e que, até hoje, estão presentes nos mais variados doces que aqui se
produz. Em aveiro, região de origem dos ovos moles, eles podem ser encontrados
em barriquinhas de madeira decoradas ou revestidas de hóstia, imitando formas
marinhas. De outras regiões de Portugal ainda temos o pão-de-ló de Ovar, da
Murtosa ou de Serradelo, os pastéis de Águeda, os beijinhos de Sever, as
barquinhas do Vouga e o arroz doce de Ilhavo, entre outros.
E aqui chegando os imigrantes, portugueses tinham em sua
bagagem diversas receitas trazidas de sua região de origem. Sendo escassa a
produção de açúcar no Rio Grande do Sul, fazia-se necessário a importação dos
Estados do rio de janeiro, Bahia, Pernambuco, Santa Catarina e São Paulo.
Chegando pelo porto de Rio Grande, a maior parte do
carregamento vinha para Pelotas. Naquela época (século XIX) já havia grande
produção de frutas como a laranja, o pêssego, o marmelo e a bergamota, passando
as compotas a fazer parte das mesas das famílias portuguesas aqui residentes.
Aos poucos foram introduzidos os doces cristalizados, as passas e os doces em
massa, feitos em tachos por pretas velhas e vendidos nas ruas.
Com o crescimento econômico (1870), as festas, frequentes
em Pelotas ganharam o requinte dos doces típicos portugueses, como camafeus,
bem-casados, fios de ovos, fatias de Braga, ninhos e pastéis de Santa Clara,
levando os convidados ao deleite.
Logo, este prestígio foi rompendo fronteiras e os doces
levados para fora do Município e do estado nas festas mais importantes do
centro do país. Parte dessa história sobrevive graças à dedicação de doceiras
que se mantém fiéis ás receitas dos antepassados portugueses.