O Senado Federal concluiu ontem a votação da maior parte das medidas de ajuste fiscal do governo, ao aprovar a medida provisória que altera as leis de acesso à pensão por morte e auxílio-doença. Depois de uma vitória apertada do governo na noite anterior, quando senadores aprovaram com uma margem de sete votos as novas regras para seguro-desemprego e abono salarial, as mudanças em benefícios previdenciários passaram com folga - foram 50 votos a favor, 18 contra e 3 abstenções.
No entanto, está embutida nessa medida uma derrota ao governo, que é a mudança no cálculo das aposentadorias com a previsão de uma alternativa ao fator previdenciário. A presidente Dilma mantém a disposição de vetar essa mudança. Convocou um grupo de trabalho para discutir soluções e prometeu que, dentro dos próximos meses, vai apresentar uma proposta ao fator previdenciário. O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), explicitou que deve derrubar o veto da presidente. "A expectativa é de que, se houver veto, que ele possa ser derrubado."
O líder do governo no Senado, Delcídio do Amaral (PT-MS), afirmou que encaminhará à presidente os pedidos para que o artigo que trata do fator previdenciário não seja vetado. Paulo Paim (PT-RS), que tem votado contra as medidas de ajuste do governo, defendeu em plenário que a presidente não vete o ponto e que, caso o faça, também trabalhará para derrubá-lo.
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