O título original do artigo de Igor Morais, que está no seu blog, é "Ela de novo?". Leia tudo:
O Brasil tem uma relação de amor e ódio com a inflação.
Durante muitos anos os reajustes de preços perturbaram nossa economia,
inviabilizando o planejamento de empresas, a precificação correta de ativos, a
definição do valor dos salários e da nossa produtividade. Uma luta inglória que
não foi só nossa. Outros países, atualmente desenvolvidos, também tiveram esse
embate no passado, mas o venceu logo no pós II Guerra mundial. Já em terras
tupiniquins estamos revivendo um filme da década de 1940. Sim, isso mesmo, uma
passada rápida em artigos de jornais de quase 80 anos atrás irá revelar que, já
naquele momento, o país travava uma luta contra as ideias desenvolvimentistas e
suas consequências inflacionárias. Parece longínquo que a maior conquista
econômica no Brasil tenha sido a estabilidade de preços com o Plano Real. Mas
não foi tanto assim, ela é recente, e está na cabeça de quem tem mais de 30
anos. Porém, para quase metade da população é difícil descrever a vida em um
cenário de inflação alta. São os jovens de hoje, com menos de 30 anos, que não
tinham ideia de como era difícil sobreviver nesse cenário. Por isso que ela se
tornou o ponto mais fraco da popularidade dos políticos que habitam Brasília.
Mesmo que alguns ainda acreditam que “um pouco de inflação não faz mal”, a
verdade é que não dá para minimizar os efeitos negativos da inflação sobre a
sociedade. Ela é um imposto disfarçado e atua sobre a renda real dos
trabalhadores e no retorno de investidores. Ao final desse ano, completaremos
uma inflação acumulada de 47% em um espaço curto de seis anos. Isso dá uma
inflação média de 6,7% ao ano. É muito sim, para quem pretende entrar no grupo
dos países que vendem estabilidade de preços e também para um Banco Central que
diz que adota o sistema de metas de inflação. Onde falhamos? Primeiro é a
paixão que o brasileiro nutre com o tema desenvolvimento, mas de forma
distorcida. A palavra soa como música para todos. É bonito imaginar o Estado
planejando tudo, inclusive como irá gastar o teu dinheiro. Uma foto ou filmagem
de vários burocratas de terno reunidos ao redor de uma mesa debruçados sobre
vários mapas e folhas, passando a impressão que estão resolvendo gargalos
produtivos. Quem sabe construímos uma ponte aqui, uma estrada ali, um subsídio
para um setor acolá e a criação de uma empresa estatal para suprir a
necessidade do mercado de determinado produto. É mais fácil criar empresas
estatais no Brasil do que privatizar. O Brasileiro suporta dizimar capital da
Petrobrás, mas nem ousa inserir concorrência nesse setor, quando menos imaginar
privatizar a empresa. O velho discurso de que o petróleo é nosso. Sim, é
verdade, o petróleo é nosso, mas a Petrobrás não. E isso vale para muitas
outras empresas estatais em vários setores da economia. A ideia de promover o desenvolvimento
via Estado gastando tudo o que pode e não pode nos trouxe a essa situação. Foi
a nossa terceira onda desenvolvimentista da história. A primeira na década de
1930. A segunda no final da década de 1960. E a terceira após a crise de 2008.
Nas duas primeiras conhecemos bem o resultado, e a atual também não será
diferente. O nível de endividamento do Setor Público é recorde. Iremos pagar,
nesse ano, nada menos que R$ 500 bilhões em juros de dívida. As empresas
estatais, em sua maioria, estão falidas, ou sem capacidade de investimento. E a
conta vai sobrar para seu sócio majoritário, o Governo que, por sua vez, irá
repassar para nós. As contas públicas estão no vermelho e nunca na histórica
desse país, durante o Plano Real, tivemos um resultado tão ruim e sem
perspectiva de melhora. Os juros reais estão dentre os maiores do mundo, e a
inflação segue pressionada. inflacao
Muitos me perguntam por que a inflação não cede se o Brasil está na pior
recessão dos últimos 80 anos e os juros estão demasiadamente elevados. Dá para
entender a dúvida de algumas pessoas ao ver que os preços livres, aqueles que
deveriam ser coordenados pela força de mercado, ainda acumulam 7,7% em 12 meses
terminados em agosto. E o mais grave. Veja no gráfico que há uma tendência de elevação
que vem desde 2009. Ou seja, com tamanha queda do consumo e investimento, não
deveríamos ter inflação de demanda. E realmente não temos. O que há é o reflexo
de erros de política econômica desenvolvimentista, carinhosamente denominada de
“nova matriz econômica”. Um dos motivos é a falta de credibilidade na política
monetária do Banco Central, essa derivada da escolha de política econômica. Não
existe plano desenvolvimentista em um mundo com Banco Central independente. O
segundo motivo é a nossa baixa competição no mercado interno. Essa existe há
muitos anos. Temos reserva de mercado para muitos produtos e setores. O Estado
apoia a formação de oligopólios e monopólios em pontos determinantes para a
formação de preços como aço, cimento, automóveis e etc. Os aumentos do IPI de
importação e a ausência de acordos comerciais são bons exemplos de como o
brasileiro gosta de se ver fora da ordem mundial. Para completar, a recente
desvalorização do câmbio atinge na veia nossa corrente de comércio ao tornar impeditiva
qualquer importação. Por fim, sem querer esgotar os fatores de impulso
inflacionário recente, está a indexação de preços. O brasileiro adora indexar
tudo, de contratos a salários, passando por orçamentos e até custos de
produção. Quase 30% da inflação é indexada à inflação passada. Sendo assim, se
terminarmos esse ano em 10%, o ano de 2016 já começa em 3% mais ou menos. Para
piorar ainda também indexaram o salário mínimo que impacta direto a previdência
social. Qual foi a última vez que você ouviu falar na palavra produtividade?
Muitos economistas começaram a se dar conta do tamanho da conta que sobrou para
pagar da festa de outrora. Nossa dívida pública, somente considerando o Governo
Central, deve atingir facilmente os 70% do PIB e está descontrolada. Se nada
for feito de forma mais séria em relação ao ajuste fiscal e uma ação coordenada
para aprovação de reformas estruturais, o caminho natural da economia será uma
surpresa inflacionária. Sim, ela está de volta!
A ptzada não deve ir ao supermercado, que além de aumentar os preços, há a alteração na qualidade dos produtos para ludibriar o consumidor. O Lulão não tem se pronunciado sobre isso, estou aguardando suas bravatas escatológicas sobre o isso.
ResponderExcluirDilma é Lula, Lula é Sarney e Sarney é a inflação!
ResponderExcluirPRIMEIRO VOLTOU a ARENA PODRE!
ResponderExcluirÉ da tal da guitarra de novo!
ResponderExcluirTudo o que foi construído a partir do Plano Real - sem defender quem quer que seja, e sim os fundamentos do programa - foram atirados ao esgoto; agora, é claro que o governo descobre que pode começar a imprimir dinheiro falso para pagar suas contas ... eis a inflação!
Como disse Dilma, agora com propriedade, o povão quer aplicar o "Golpe Democrático à Paraguaia - GDP".
E queremos mesmo! Somos a favor do GDP e, quando o Mercosul souber disso, vai nos expulsar da confraria! Isso será maravilhoso: livrar-se desse bando de idiotas.
Agora o PT criou a Sifubrás para o povo brasileiro com opções como desemprego, recessão e inflação, tudo ao mesmo tempo.
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