Há de chegar a nossa primavera, para que os dias possam
voltar também a ser mais normais, que possamos realizar as coisas, com mais
perspectivas, e não tenhamos mais de perder tanto tempo só cortando prazeres
das nossas vidas, nem mais discutindo e pensando nas pragas que devassaram esse
nosso imenso jardim. Eles não são flores que se cheirem.
Pensa só há quantos anos, de novo, a gente não tem
calmaria real, não relaxa, fica só vendo o país ir para a cucuia. Nos últimos
meses aconteceu que a coisa se acelerou, não dá mais para eles esconderem nas
propagandas. Tanto tentamos alertar que não era bem assim, mas caiam bolsas em
nossas cabeças. Bolsa Família. Bolsa Casa. Bolsa Bolsa. Embolsa bolsa. Agora vemos
e sentimos bem perto de nossos narizes e olhos a tal da miséria que tanto
insistiram que haviam exterminado. A gente aplaudia a parte boa, apoiava, mas
sempre mostrando que não havia planejamento entre as muitas notas de populismo,
que a jurupoca ia chiar. Não quiseram ouvir. Aliás, ainda tentam se fazer de
moucos, nos chamando de golpistas.
Transbordou.
Se muitos movimentos políticos foram chamados de
primaveras, porque não a Primavera Brasileira, bonita, colorida, diferente,
divertida? Quem sabe não poderemos aproveitar a estação e fazer florescer uma
nova cultura, mais ampla, solidária, construtiva? Nas ruas, com alegria, em
paz, vamos tentar buscar a solução, a que seja melhor, que possa agregar e
reunir o maior número de pessoas e representações. Houve a Primavera dos Povos,
a Primavera de Praga, a Primavera Árabe, e até em Portugal, se não foi
primavera, tinha flor no meio, a Revolução dos Cravos.
Mas tem de ser nessa estação que começa agora, 23, desta
semana de setembro. Pensa que temos três meses, que não nos resta muita
alternativa. Temos de parar de andar em círculos, onde todos os dias parece que
lemos a mesma edição do jornal, cheias de achismos, chutes, previsões
plantadas, diz-que-disse. Essa xingação mútua não tem sentido algum nem ajuda a
desempacar. Vamos atarracar uma mangueira nesse Lava Jato para adubar novas
ideias e perspectivas.
Pega a primavera, a fina flor, as pessoas na flor da
idade, as flores raras, as flores que já desabrocharam e perderam espinhos,
vamos cultivar as flores da retórica do convencimento por um projeto decente,
de retomada de rumo. Revolução de comportamento, com a marca da personalidade
brasileira. Pensamentos dogmáticos tradicionais não têm cabimento agora.
Já dá para ouvir o canto dos pássaros assobiando,
rebolando bonito as suas asas, atrás de penas para se coçar e procriar. O
acasalamento é a cara da primavera, das cores e das flores, das pessoas. Vê se
me entende e ajuda: puxa mais gente e sementes.
Senão, olha que eu vou chamar a Comadre Florzinha para
aterrorizar e puxar o pé de vocês de noite. Conhece a história dela, lenda do
folclore pernambucano? Foi uma menina que se perdeu na mata, morreu, mas seu
espírito ficou perdido na floresta e com o tempo ela passou a aterrorizar vilas
e fazendas, com suas aparições. Dizem, e ela vive aparecendo, que é parecida
com aquela outra assustadora garota de O Chamado, que mora em um poço.
Florzinha tem longos cabelos negros. Mas à noite eles, os cabelos, pegam fogo e
viram chicotes ardidos para cima do lombo de quem não lhe dá as coisas de que
mais gosta, fumos, mel e mingau. Arteira, adora dar nós nos rabos dos cavalos.
Ela também ataca quem não trata bem as árvores e protege a natureza como fada -
pode ser menina-moça boazinha também. Comadre Florzinha.
"A ironia é a expressão mais perfeita do
pensamento", escreveu a grande poetisa portuguesa Florbela Espanca.
São Paulo, 2015, tenso.
Marli Gonçalves, jornalista -- - Reconhece essa estrofe
de canção? ..."Pelos campos a fome em grandes plantações /Pelas ruas
marchando indecisos cordões/Ainda fazem da flor seu mais forte refrão /E
acreditam nas flores vencendo o canhão"... Pois é. Nervos à flor da pele
..."Vem, vamos embora que esperar não é saber /Quem sabe faz a hora não
espera acontecer"...
Se enganam os políticos, Ministros de Tribunais, Presidente da República que pensa que o povão não sabe de nada, o que aconteceu e está acontecendo no país. Se não bastasse a mídia colocando pano quente na safadeza desse desgoverno. Foi ótimo o povão ficar bem informado um ajustamento extraordinário, fantástico chegar ao ouvido de José, Pedro, Joaquim, Miguel, João... Aconteceu ninguém sabe como... Tabira - Pernambuco - Região: Sertão do Pajeú.
ResponderExcluirEssa oposição é pífio e medíocre. Tem hora que penso em mandar tudo PQP. Tem que ter nervos de aço. Tabira - Pernambuco - Região: Sertão do Pajeú.
ResponderExcluirPrimavera brasileira? Parece poético e bonito não? Obrigado, mas passo adiante. Não precisamos de primavera brasileira. Isso me lembra Primavera de Praga, Primavera Árabe, as quais terminaram muito mal. Não precisamos de mais uma dessas primaveras. Na Primavera Árabe, por exemplo, se prometeu que haveria de desabrochar mil democracias no Oriente Médio. O que veio depois? Somente destruição, caos, terror. As grandes potências destruíram a Líbia e mataram Kadafi em nome da Primavera Árabe. Colocaram um país, antes rico, de volta à idade média, com uma explosão de lutas tribais fratricidas. Fizeram ainda pior com a Síria, um país que vivia em paz antes. O que vemos agora? Milhares de fugitivos desses países, agora destruídos, fugindo para a Europa, em uma das maiores catástrofes desse século. Tudo em nome de uma primavera. Não precisamos de primaveras assim no Brasil. Precisamos somente que a verdade venha à tona, que a justiça seja feita,que os culpados pelos crimes de todos os tipos, independentemente da cor partidária, de seu cargo, de sua posição ou prestígio, sejam julgados, condenados e devidamente punidos. Não precisamos de uma primavera tupiniquim. Pelo menos não do mesmo tipo que a Primavera Árabe. Isso seria o fim do Brasil. Será que as pessoas nunca aprendem com a história?
ResponderExcluirO Brasil precisa ir novamente à rua, e desta vez para sinalizar de forma clara ao STF, que a bagunça tem que acabar; e não venham esses ministros a indulgenciar bandidos - seja por qual chicana for - em prejuízo da legalidade e da necessária reconstrução do país deixado em ruínas pela quadrilha cujos presidentes os nomearam.
ResponderExcluirfora pt
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