O enredo do novo livro do enfant terrible da literatura
francesa conta com um presidente muçulmano à frente dos destinos da França.
Autor é acusado de xenofobia e racismo. Em 2001, Michel Houellebecq (foto ao lado) disse que "o Islã é a mais
estúpida das religiões"
Milhares de alemães nas ruas de Dresden para, todas as
segundas-feiras, se manifestarem contra o que consideram a “Islamização do
Ocidente”. Sondagens em França a darem vitória na primeira volta das eleições
presidenciais, em 2017, a Marine Le Pen, a líder do partido de extrema-direita
Frente Nacional e vencedora das últimas eleições europeias que quer travar a
“Islamização da França”. É neste contexto que chega às bancas, esta
quarta-feira, dia 7 de janeiro, o novo livro de Michel Houllebecq, o enfant
terrible da literatura francesa que, desta vez, decidiu imaginar uma França
verdadeiramente islamizada e submetida ao Islão, na sequência da eleição de um
presidente muçulmano. O livro – Soumission – ainda só esteve nas mãos de poucos
críticos, mas a polémica que promete esperá-lo está já acesa. Começando logo
pelo título, que pode ser lido como uma das traduções possíveis para a palavra
Islão, que em árabe significa submissão à palavra de Alá.
Laurent Joffrin, diretor do diário da esquerda
alternativa, Libération, leu o livro e não gostou. “[A publicação deste
romance] vai ficar para a história como o dia em que as teses de
extrema-direita regressaram à esfera superior da literatura.” E não ficou por
aí, acrescentando que Soumission faz as “ideias da Frente Nacional parecerem
nobres”. Já o crítico do mesmo jornal deitou água na fervura: “com subtileza,
perversidade, e uma ambiguidade suficientemente efectiva para permitir a toda a
gente fazer aquilo de que gosta quando toca a Houellebecq: dar opinião sobre
ele sem rodeios. Encorajar a discussão é, afinal, a virtude social de um bom
romancista”. Já a revista Les Inrockuptibles diz que o enredo “vira a sociedade
ao contrário”.
2022. François Hollande cumpriu o segundo mandato como
presidente da França e recandidata-se a um terceiro. Na primeira volta das
eleições é derrotado pelo candidato da Frente Nacional e… por Mohammed Ben
Abbes, candidato da Fraternidade Muçulmana, um partido islâmico francês (e
imaginário). Para impedir a vitória da Frente Nacional, tanto os socialistas
como a UMP, partido de centro-direita de Sarkozy, dão apoio à Fraternidade
Muçulmana. E é assim que Mohamed Ben Abbes, um muçulmano, é eleito para o
Eliseu, impondo a Sharia – lei islâmica – em França.
Houllebecq imaginou este ponto de partida e continuou a
imaginar e a descrever uma França islamizada, recorrendo a um narrador
professor de literatura, de 44 anos, alcoólico e insatisfeito com a sua vida
sexual, que acaba por ser despedido da Universidade Islâmica Sorbonne-Paris,
que apenas aceita professores muçulmanos. E aquilo que este professor vê é um
país com uma baixíssima taxa de desemprego (as mulheres são encorajadas a
abandonar o mercado de trabalho para se concentrarem na família), pouco crime
nas ruas e escolas islâmicas. As conversões ao Islão aumentam, o que, de acordo
com o narrador, conduz à morte da liberdade de pensamento e do espírito
crítico. Este professor resiste durante algum tempo a “colaborar” com a nova
ordem política e social, mas acaba também ele por se converter. Isto porque lhe
é prometido um salário mensal de 10 mil euros e a possibilidade de ter três
mulheres. Na França de Mohamed Ben Abbes, a poligamia é legal.
Houellebecq saltou para a ribalta – e para o centro da
polémica literária – aquando da publicação do seu segundo romance – As
Partículas Elementares (1998) – no qual critica os revolucionários que fizeram
o Maio de 68. O autor, que tem sido acusado de ser xenófobo, racista e
provocador – em 2001 disse, numa entrevista à revista Lire que “o Islão é a
mais estúpida das religiões”, sendo processado por incitação ao ódio racial,
mas acabando absolvido – é o escritor contemporâneo francês mais traduzido e
aclamado internacionalmente.
Em resposta às críticas que o acusavam mais uma vez de
querer acicatar a opinião pública, defendeu que Soumission não é uma
provocação. Não quando, na sua forma de ver a realidade, os eventos descritos
são verosímeis. O autor prefere, então, falar de uma antecipação. “Eu estou a
acelerar a história. Não posso dizer que o livro é uma provocação, se isso
significar dizer coisas que considero falsas só para chatear as pessoas”, disse
o autor numa entrevista. E sublinhou o fator de antecipação: “Neste livro
condensei uma evolução que, na minha opinião, é realista”.
O enredo é interessante; mas o francês é xenófobo e detesta imigrantes ...
ResponderExcluirTão com medinho?!?! Tem empresa vendendo passagem só de ida... para Marte!!
ResponderExcluirO mundo muda, resta nos adaptarmos ou morrermos.
Abs
Quer o impeachment?
ResponderExcluirEntão não perca tempo e assine aqui:
Pedido de impeachment
E entre no site do movimento:
http://www.proimpeachment.com.br
Só se o povo francês tiver ´perdido o juízo ou o governo tiver sido tomado à força pelas armas islâmicas,mas aí teremos um guerra mundial. Deus nos guarde desse horror!
ResponderExcluirGente louca,devia estar confinada num hospício!
Ah,e os fabricantes de armas? O que fazer com eles?
Rotterdam, na Holanda, ja tem um prefeito de origem muçulmana...
ResponderExcluire nao pensem que foi eleito só por muçulmanos...
muitos holandeses do miolo mole ajudaram a colocar o cara lá...
por enquanto, nao tem poder para transformar a sociedade...
mas depois de um prefeito, quem sabe dois, tres, ate chegarem num primeiro-ministro...
aí, sim, a porca vai torcer o rabo...
É mais fácil ocorrer na Alemanha!
ResponderExcluir