Valter Cardeal e o escândalo dos avais falsos na CGTEE

Valter Cardeal e Dilma conheceram-se na CEEE e no PDT. O engenheiro é aposentado da estatal. Dilma levou-o para Brasília. Ele é diretor da Eletrobrás desde o início do governo Lula. O editor, no segundo mandato de Lula, produziu várias denúncias de corrupção na CGTEE e Valter Cardeal moveu-lhe dois processos, um penal e outro cível, mas perdeu os dois, mesmo depois de mobilizar uma milionária banca de advogados do Paraná, chefiada pelo advogado Antonio Breda. 

Leia o que na época escreveu sobre o assunto o jornalista Reinaldo Azevedo:

O banco KfW, controlado pelo governo alemão, entrou com ação contra a CGTEE (companhia de geração térmica de energia do governo federal) na qual afirma que o diretor da Eletrobras Valter Cardeal teria conhecimento de uma fraude milionária envolvendo a construção de usinas de biomassa no Sul. As informações foram divulgadas pela revista “Época” deste final de semana.

A CGTEE é uma subsidiária da Eletrobras, estatal na qual Cardeal é diretor de Engenharia e foi presidente. Segundo a revista, na ação judicial, o banco diz que “até mesmo alguns políticos conheciam os fatos, como a então ministra, Dilma Rousseff”. A fraude na CGTEE foi revelada pela Operação Curto-Circuito da Polícia Federal em 2007. A PF constatou que parte do dinheiro desapareceu.

Conforme a investigação, o grupo que comandava a estatal forjou um aval em nome da CGTEE para ajudar uma empresa privada – a Winimport – a obter empréstimo de 157 milhões de euros para erguer sete usinas de biomassa. Das sete, cinco não saíram do papel.

Ou seja, a CGTEE foi usada como fiadora do negócio. Empresas públicas são proibidas de dar garantias internacionais a empresas privadas. Segundo a revista, executivos da empresa alemã teriam afirmado em depoimentos à Justiça Federal gaúcha que Cardeal visitou a sede da empresa em 2005 e “estava ciente das garantias”. A Justiça Federal gaúcha abriu processo por acusação de formação de quadrilha, estelionato, corrupção passiva e ativa. Cardeal não foi incluído no processo e nega envolvimento no esquema.

Comento
Huuummm. Valter Cardeal, é? O amigão de Dilma? Lembrei de uma coluna de Diogo Mainardi de março do ano passado, de que reproduzo um trecho:
(…)
A CPI dos Grampos recebeu outro documento do computador de Protógenes Queiroz [delegado da Operação Satiagraha]. É aquele que escarafuncha a intimidade de Dilma Rousseff. Está armazenado na pasta “Zeca Diabo”, o nome dado por ele a José Dirceu. Trata-se de um relatório clandestino, que parece reproduzir um diálogo entre um informante do delegado e alguém com acesso ao ambiente da ministra. Dilma Rousseff é associada a dois nomes. O primeiro nunca dependeu dela para fazer carreira, por isso tenho de calar o bico. O segundo – Valter Cardeal – é mais constrangedor. Em 2003, ele foi nomeado por Dilma Rousseff para a diretoria da Eletrobrás. No mesmo período, tornou-se presidente do conselho da CGTEE e da Eletronorte. Em 2006, ganhou o cargo de presidente da Eletrobrás. Sempre na esteira de Dilma Rousseff. No ano seguinte, foi acusado de envolvimento com o esquema de propinas da Gautama, depois de ser grampeado pela PF. Sim: ele foi grampeado. Sim: pela PF.

A seguir, trecho de um podcast de Diogo, da semana seguinte:
Na última semana, analisei trechos do material encontrado no computador de Protógenes Queiroz e encaminhado à CPI dos Grampos. Um documento, em particular, tem de ser mais debatido: o relatório no qual os agentes engajados pela PF comentam, com linguagem rasteira, os boatos sobre os relacionamentos amorosos de Dilma Rousseff. Numa homenagem a Protógenes Queiroz, que sempre manifestou um interesse especial pela cultura indiana, chamei esse relatório de Kama Sutra da Satiagraha.

O Kama Sutra da Satiagraha tem como protagonistas Dilma Rousseff e outros dois nomes: o primeiro, como mencionei em minha coluna, é Valter Cardeal, diretor da Eletrobras. Em 2007, depois de ter sido nomeado presidente da empresa, ele foi grampeado pela PF e denunciado por envolvimento com o esquema de propinas da empreiteira Gautama. O segundo nome eu prefiro manter em respeitoso sigilo porque ele, Silas Rondeau – Epa! -, nunca precisou da ministra para fazer carreira, já que é visceralmente ligado ao grupo de José Sarney. O que importa, em seu caso, é o seguinte: na Operação Navalha, ele também foi acusado pela PF de envolvimento com o esquema de propinas da Gautama.

8 comentários:

  1. A gauchada sempre na moita... Se fazendo de muito éticos e impolutos, mas, na surdina, se locupletando. Êta nóis!!!

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  2. Lembro quando o Políbio quase foram às vias de fato dentro do elevador do Fórum de POA ! ... Vejam só, o corruPTo Cardeal processava Políbio !!!
    ... Nada como um dia após o outro !!!
    Roberto Jardim

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  3. conforme noticiários este cardeal é "íntimo da dillma.

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  4. Enquanto houver ESTATAIS haverá roubos de tamanhos inimagináveis. Portanto, mesmo vendendo essas aberrações por um real, se o comprador assumir o passivo do que compra, especialmente o passivo trabalhista, será um bom negócio para nós, cidadãos de segunda classe. Quanto menos cidadãos de primeira classe (aqueles que são mantidos pelo governo) houver, melhor para a grande maioria do povo brasileiro.
    Quanto menos for o tamanho do estado, melhor para a nação.

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  5. Impressionante! Aonde tem um petista tem falcatrua, e da grossa! Realmente, é o "partido do crime organizado"!

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  6. Como, Anônimo 10:15? O Cardeal é amigo intimo da Dilma como a Rose do Lula?

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  7. Este tal de Valter Cardeal está na Veja que saiu hoje (11.07.2015). Pelo jeito, boa coisa ele não aprontou.
    Roberto1776.

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  8. Sr.Editor! Dê informações acerca do andamento de eventual tentativa de recuperação do prejuízo causado pelo Cardeal.

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