Os repórteres Graciliano Rocha e Bela Megale contam na Folha de S. Paulo de hoje que o deputado Eduardo Cunha tem razão quando acusa o Procurador Geral da República, Rodrigo Janot, de "forçar" o delator Júlio Camago a denunciá-lo. A reportagem não fala em "forçar", mas deixa claro que os procuradores buscam criar situações que levem o acusado a falar - e até a inventar. Isto já se sabe há muito tempo.
No livro Cabo de Guerra, o editor conta vários episódios nos quais investigados presos no âmbito da Operação Rodin, falaram até o que não existia ou nem sabiam, tudo para se livrar do "cerco" dos delegados e procuradores que os assediaram o tempo todo em busca de denúncias. Houve casos de delações premiadas que foram depois desmentidos na justiça, porque os acusados ficaram acuados diante da ameaça de que um dos seus filhos também seria preso.
Estas denúncias estão nos autos dos processos de Santa Maria.
Não é incomum que réus primários, fragilizados, cedam diante dos interrogadores, que sempre estão em posição de força.
Estas denúncias estão nos autos dos processos de Santa Maria.
Não é incomum que réus primários, fragilizados, cedam diante dos interrogadores, que sempre estão em posição de força.
Os presos que mais resistem, como Fernando Baiano, sofrem pressões enormes na carceragem, como o próprio editor e vários jornais já revelaram. Ele já teria sido "convidado" a delatar, sob "ameaça" de ser solto e "entregue" à sanha dos seus inimigos.
Leia a reportagem:
O lobista Julio Camargo, que acusa o deputado Eduardo
Cunha (PMDB-RJ) e o ex-ministro José Dirceu de receber dinheiro sujo desviado
da Petrobras, só decidiu incriminá-los depois que os procuradores da Operação
Lava Jato o convenceram de que teria problemas na Justiça se não contasse tudo
que sabe.
Camargo, que trabalhou para fornecedores da Petrobras e
diz ter pago R$ 137 milhões em propina para o PMDB, o PT e funcionários da
estatal, colabora com as investigações da Lava Jato desde outubro do ano
passado, quando assinou um acordo de delação premiada e confessou vários dos
seus crimes.
Mas ele resistiu por meses a incriminar os políticos com
quem se relacionou, como Cunha e Dirceu. Sua guinada começou a ser produzida na
última semana de junho, quando foi chamado pelos procuradores da Lava Jato para
uma reunião em Curitiba.
Os investigadores mostraram a Camargo que tinham
evidências de que ele vinha escondendo informações comprometedoras sobre
políticos, e lembraram ao lobista que isso poderia levar ao rompimento do
acordo de delação, que garante redução de pena e outros benefícios.
Outro lobista, Milton Pascowitch, que aproximou a
empreiteira Engevix do PT e da Petrobras e decidiu colaborar com as autoridades
neste ano, disse que pagou R$ 4 milhões em propina a Dirceu, e afirmou que
parte do dinheiro passou antes por empresas de Julio Camargo.
De acordo com o relato de um dos participantes, a reunião
foi tensa, mas o lobista cedeu e afirmou também ter pago propina ao
ex-ministro.
Camargo também disse aos procuradores que emprestou um
avião particular a Dirceu depois que ele deixou o governo Lula, em meio ao
escândalo do mensalão. Em depoimentos anteriores, ele negara ter prestado esse
favor.
Dirceu, que foi condenado no julgamento do mensalão e
hoje cumpre pena de prisão domiciliar em Brasília, nega ter recebido propina
para facilitar negócios na Petrobras e diz que pagou pelo avião.
Mesmo depois de incriminar Dirceu, o lobista deixou os
procuradores temendo pelo futuro, sem ter a segurança de que o acordo de
delação premiada seria mantido. Isso influenciou seu movimento seguinte, em
julho.
No início do mês, Camargo voou em seu jatinho até
Brasília com a advogada Beatriz Catta Preta para se reunir com investigadores
da Procuradoria-Geral da República, que conduz investigações sobre Cunha e
outros políticos acusados de envolvimento com a corrupção na Petrobras.
Eduardo Cunha foi o tema principal do encontro. No ano
passado, o doleiro Alberto Youssef, um dos principais operadores do esquema de
corrupção, disse que Camargo foi chantageado por Cunha e pagou propina ao
deputado para preservar um contrato da coreana Samsung em 2011.
Em pelo menos quatro ocasiões anteriores, Camargo negou
ter recebido pressões de Cunha, que teria mandado uma aliada apresentar
requerimentos na Câmara para exigir informações da japonesa Mitsui, parceira da
Samsung.
Questionado novamente pelos procuradores de Brasília, e
preocupado depois do que ouvira em Curitiba, Camargo aceitou prestar novo
depoimento, em que confirmou a história de Youssef e detalhou seus encontros
com Cunha e outros operadores.
Sua nova versão tornou-se pública na quinta-feira (16),
quando ele a repetiu numa audiência para o juiz federal Sergio Moro, que conduz
os processos da Lava Jato no Paraná. Cunha, que preside a Câmara dos Deputados,
acusou Camargo de mentir após ser coagido pelos procuradores.
Encerrada a audiência, Camargo trocou de advogado. No
lugar de Beatriz Catta Preta, que o assessorava desde o ano passado, entrou
Antonio Figueiredo Basto, o mesmo advogado do doleiro Youssef.
Então sendo assim NENHUMA delação feita até aqui na lava jato tem validade.
ResponderExcluirEstou estranhando o Polibio hoje esta fazendo uma força danada para tentar a defesa do Eduardo Cunha inclusive admitindo que as delaçoes são forçadas. O estranho é que para os demais acusados inclusive seu amigo familiar Zé Otavio eu não tinha visto tanta veemencia na defesa sera que chegando no cunha chega mais perto de mais alguem de seus relacionamentos.estranho muito estranho Polibio pois pregamos e prestigiamis este blog porque lugar de ladrão e corrupto é na cadeia e o EC e gato antigo.
ResponderExcluirPelo jeito que a carruagem anda, o editor se agarro no cunha, de mala e cuia. Ou seja, para o cunha, do PMDB de Renan, Sartori, ibsen, Fogaça, etc. o benefício da dúvida, já para os petistas, qualquer recorte de jornal ou revista é verdade, portanto são ladrões e tem que ser presos. Mais seriedade seu polibio e menos engajamento politico.
ResponderExcluirEstaria a seguir o caminho de Reinaldo Azevedo?
ResponderExcluirSe o elemento doou ou não dinheiro a Cunha, pouco interessa; o fato verdadeiro é que o pessoal do PT embolsou grana suficiente para comprar muita coisa, aparelhar muita coisa.
ResponderExcluirDemais disso, crer que o Ministro da justiça e outras figuras carimbadas do judiciário são isentos, é pura idiotice...
Cunha, recebendo ou não, tanto faz ... verdade é que, é mais que hora dessa quadrilha chamada PT desembarque do Planalto, porque o lixo que acumularam está cheirando demais.
Pois é o Azedo foi uma deçepção espeto não ter que abandonar mais um. Só restará os Antagonistas.
ResponderExcluir"que teria problemas na Justiça se não contasse tudo que sabe."
ResponderExcluirE teria mesmo. afinal quando fez delação premiada ele se obrigou a contar tudo que sabe. Uma coisa é contar tudo que sabe; outra coisa é inventar fatos. Se inventar fatos e acusar pessoas indevidamente também ele terá problemas. Então: tudo vai depender de provas e não de versões. É preciso que o que ele contar venha acompanhado das provas para poder ser acreditado. O resto é blá,blá,blá.