Leia toda a reportagem:
A presidente da Fundação Estadual de Proteção Ambiental
(Fepam) e secretária do Ambiente e do Desenvolvimento Sustentável, Ana Pellini,
detalha que a empresa está apresentando os últimos documentos. Ana confirma que
a expectativa é de que dentro de um mês e meio seja concedida a licença de
instalação do empreendimento. "Não tem nada apontando que vai ter algum
embaraço ou algum atraso com esse licenciamento, graças a Deus", afirma.
A secretária era uma das integrantes do governo estadual
que estiveram ontem no Palácio Piratini enquanto executivos da Bolognesi
conversavam com o governador José Ivo Sartori sobre a iniciativa. O
diretor-presidenteda companhia, Ronaldo Bolognesi, comenta que, a licença de
instalação sendo obtida nesse prazo divulgado, o projeto estará dentro do
cronograma. A térmica, por contrato, precisa entregar energia a partir de 2019.
A usina terá 1.238 MW de capacidade instalada (o que corresponde a cerca de um
terço da demanda do Rio Grande do Sul - será a maior do Estado quando finalizada).
Durante o pico das obras, serão gerados em torno de 2,5
mil empregos na construção do empreendimento e, em média, deverão ser mantidos
cerca de 1 mil postos de trabalho durante as obras. A Bolognesi já assinou o
contrato de EPC (Engineering, Procurement and Construction) com a espanhola
Duro Felguera e a norte-americana General Electric (GE) para concretizar a
térmica.
O vice-presidente executivo da Bolognesi, Paulo Cesar
Rutzen, explica que, com a licença em mãos, começará a etapa de aprovações
financeiras para o empreendimento, o que deverá durar algo entre três a quatro
meses. Com isso, o início de obras deve ocorrer de outubro a dezembro. Rutzen
afirma que o contrato de fornecimento de GNL será fechado com uma duração de 25
anos (algo inédito mundialmente, de acordo com o vice-presidente da Bolognesi).
O anúncio oficial do fornecedor deverá ocorrer até o final de julho. "O
gás será oriundo da Bacia do Atlântico e quando eu digo isso é do Golfo do
México, Caribe ou até do Norte da África", adianta.
Os licenciamentos do píer e do gasoduto serão feitos,
mais adiante, separadamente. O terminal absorverá um aporte de cerca de R$ 100
milhões, que será feito pelo Grupo Bolognesi. Contudo, o píer será doado à
administração do porto do Rio Grande, que ficará responsável pela estrutura.
Sobre o gasoduto, ainda está sendo discutido se o investimento (calculado em
cerca de R$ 40 milhões) será feito pela Bolognesi e o complexo também será
doado ou a estatal Sulgás fará o empreendimento e cobrará a tarifa de
distribuição.
Segunda fase do projeto irá até a Região Metropolitana
Após a conclusão dos projetos do terminal, da usina e do
gasoduto ligando os complexos, a meta do grupo Bolognesi é participar da
implantação de um gasoduto de maior porte até a Região Metropolitana de Porto
Alegre. Para isso, é necessário que o Ministério de Minas e Energia (MME) lance
uma licitação para a realização da iniciativa. A expectativa da empresa é que
ainda neste ano possam ser abertas audiências públicas para discutir o assunto.
A ação faz sentido, pois o terminal de GNL de Rio Grande
terá uma capacidade de até 14 milhões de metros cúbicos diários de gás natural
(mais do que o dobro do que será consumido pela termelétrica). O excedente será
deslocado para outros consumidores. O secretário de Desenvolvimento, Ciência e
Tecnologia, Fábio Branco, enfatiza que o excesso de oferta de gás possibilitará
atrair mais companhias para o Rio Grande do Sul.
O dirigente reforça que, inicialmente, o novo suprimento
será particularmente importante para a Metade Sul e para o porto do Rio Grande,
que poderá fortalecer seu aspecto industrial. Branco recorda que foi justamente
por causa da falta de gás natural que o município de Rio Grande perdeu para o
Rio de Janeiro, há alguns anos, uma fábrica de turbinas da Rolls Royce para o
setor naval.
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