Neste artigo "Não dá para esperar por 2018", o jornalista Carlos Chagas analisa a última etapa da Operação Lava Jato, a de sexta-feira, intitulada "A Origem", na qual foram presos três ex-deputados da base aliada, com ênfase para o ex-dirigente petista André Vargas.
Acompanhe o raciocínio do jornalista:
Confirma-se, por mais uma etapa da Operação Lava Jato, a
extensão da roubalheira que assola o governo. Agora são a Caixa Econômica e o
ministério da Saúde acusados de manipular contratos de falsa prestação de
serviços em benefício de deputados e empresas afins. Dentro de pouco tempo não
sobrará mais nenhuma instituição pública que não tenha sido atingida pela
corrupção. Do mensalão ao petrolão, às hidrelétricas, ferrovias, rodovias,
refinarias e demais atividades do poder público, a sujeira é uma só. Sem
esquecer a Receita Federal. Dilma não sabia de nada. Nem o Lula, antes.
Vamos confiar em que não sabiam mesmo. De que planeta,
então, governavam o país? Com que auxiliares trabalhavam, não se podendo omitir
a participação de muitos deles na lambança?
Não dá para imaginar que continuaremos assim por mais
quatro anos, com a Polícia Federal diariamente elucidando malfeitos e prendendo
malfeitores de alta e de baixa estirpe. Incrustados no governo, é grande o
número de políticos e de empresários que já estão e mais irão parar na cadeia.
Louve-se a ação de policiais, procuradores e juízes encarregados de investigar
e punir, mas as indagações vão mais fundo: como tudo pode acontecer nessas
proporções olímpicas? A quem debitar a responsabilidade maior? Fazer o quê?
Esperar as eleições gerais de 2018, positivamente, não é
solução. Antecipá-las será inconstitucional, além de perigoso. Acreditar que da
noite para o dia bandidos se transformem em anjos, também não. Quem quiser que
opine, mas por muito menos Fernando Collor foi defenestrado.
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