Ao lado, o publicitário gaúcho Ricardo Hoffmann. Se ele não contar tudo que sabe, acabará no fundo da cadeia como Marcus Valério.
A revista Veja que já está circulando, informa que a nova fase da Operação Lava Jato, deflagrada nesta
sexta-feira pela Polícia Federal (PF), revela um duto de desvio de dinheiro
público para partidos políticos até então desconhecido.
Esta reportagem é toda sobre o publicitário gaúcho Ricardo Hoffmann.
Se antes as
investigações apuravam irregularidades nos negócios da Petrobras com
empreiteiras, agora o alvo são contratos com agências de publicidade suspeitas
de lavar dinheiro. Um dos presos na nova fase é Ricardo Hoffmann,
ex-vice-presidente da agência Borghi Lowe e investigado por ajudar a operar o
esquema de corrupção do ex-deputado petista André Vargas dentro da filial da
agência em Brasília.
Ricardo Hoffmann é gaúcho de Cachoeira do Sul, foi para Curitiba em 1970. Só a conta publicitária da Caixa Federal, que ele conquistou, rende faturamento de R$ 2360 milhões por ano em contratos de publicidade. Depois veio o ministério da Saúde. Hoffmann escrevia para um dos jornais da sua cidade. Nele, contou como ficou deslumbrado ao conhecer Dilma. Na agência, ele se aliou ao vabagundo deputado petista Alberto Vargas, com quem tramou tudo.
Leia tudo:
Vargas também foi preso nesta sexta, junto com seu irmão
Leon e o ex-deputado Luís Argôlo. Hoffmann é personagem mítico em Brasília.
Gaúcho natural de Cachoeira do Sul, mudou-se para Curitiba no fim dos anos
1970, onde trabalhou como jornalista freelancer antes de dar uma guinada na
carreira para o ramo publicitário. Começou como redator de agências de
publicidade do Paraná e, devido à facilidade em transitar entre os clientes,
passou para a área de atendimento - onde aprendeu os meandros das licitações
públicas de empresas estaduais.
O talento peculiar em se relacionar com governos lhe
rendeu o cargo de diretor da agência catarinense Máster em sua filial de
Brasília, para onde se mudou em 1994. Não demorou muito para que, instalado na
capital federal, o publicitário se tornasse referência para quem que quisesse
angariar contratos com órgãos públicos. "Ele era especialista em combinar
contatos políticos com bons resultados em licitações. Agia, sobretudo, nos bastidores",
afirma o sócio de uma agência em Brasília que preferiu não ter sua identidade
revelada.
Nos anos que separaram sua chegada à capital de sua
entrada na Borghi Lowe (à época, o nome era Borghierh Lowe), Hoffmann foi
executivo de diversas agências, como a DM9, a Newcomm e a Fischer. Também
partiu para o marketing político ao assessorar o ex-governador paranaense
Roberto Requião (PMDB) em duas eleições. Em 2007, um ano depois de a
multinacional Lowe comprar a pequena agência Borghierh, o publicitário foi indicado
pela diretoria da Lowe para assumir a chefia do escritório de Brasília. Entre
2008 e 2009, a agência passou do 14º para o 4º lugar em faturamento e o número
de clientes saltou de 12 para 25. Um deles, em especial, trazia consigo um
contrato de 260 milhões de reais: a Caixa.
Na briga ferrenha das agências responsáveis pelo
atendimento do banco público, sempre causou estranheza que Hoffmann conseguisse
sempre as melhores campanhas - entenda-se, as mais polpudas - como as da
Loteria, consideradas o 'filet mignon' da Caixa porque são constantes e
veiculadas nacionalmente. Executivos de agências concorrentes, que ainda
guardam certo ranço do talento de Hoffmann em conseguir contratos, contam que a
avaliação para escolher a agência nem sempre era o menor preço. Dizem que havia
"critérios subjetivos" da comissão de seleção do banco.
A competência técnica de Hoffman, tudo indica, estava
longe de ser seu principal atrativo. O Ministério Público Federal (MPF) apurou
que, em troca de um bom cliente, a agência se dispunha a ajudar seus
benfeitores valendo-se de artifícios ilegais, como a lavagem de dinheiro.
Segundo a decisão do juiz Sergio Moro, a Borghi Lowe solicitava a empresas
subcontratadas que realizassem pagamentos vultosos sem contrapartida de
serviços. Tais repasses eram feitos às firmas LSI e Limiar, controladas pelos
irmãos Vargas. "Os fatos caracterizam, em princípio, crimes de corrupção,
com comissões devidas à Borghi Lowe sendo direcionadas como propinas e sem
causa lícita a André Vargas e aos irmãos deste por intermédio do estratagema
fraudulento", afirmou o juiz.
Hoffmann é apontado como 'apadrinhado' de Vargas.
Coincidentemente, o Superintendente de Marketing da Caixa, o petista Clauir
Luiz Santos, também nutre laços com o ex-deputado preso. Um executivo do
mercado publicitário disse, com certo ar de estupefação, que Hoffmann conseguia
fazer Vargas, quando era vice-presidente da Câmara dos Deputados, defender
pessoalmente seus interesses e interferir em licitações.
Depois de abocanhar a conta da Caixa, a agência levou o
Ministério da Saúde - outro feudo de Vargas -, a Apex-Brasil e, mais
recentemente, a BR Distribuidora e o Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico (BNDES). Os contratos publicitários da Borghi Lowe com a Caixa
ganharam musculatura: dos 260 milhões de reais em 2008 passaram a 1 bilhão de
reais em 2013. Hoffmann deixou a agência no final do ano passado, quando as
investigações da Lava Jato estavam adiantadas e empreiteiros eram conduzidos à
carceragem da PF, em Curitiba. Michael Wall, CEO da Lowe and Partners, holding
que controla a agência brasileira, disse ao site de VEJA que o grupo foi
notificado nesta sexta sobre a investigação. "Nós estamos trabalhando em
conjunto com a Borghi Lowe enquanto cooperamos com as investigações, e continuaremos
a cooperar juntos", afirmou.
Coração petista - Apesar de viver em Brasília, Hoffmann
mantinha laços saudosos com sua cidade-natal. Entre 2009 e 2011, escreveu uma
coluna no Jornal do Povo, principal veículo de comunicação de Cachoeira do Sul.
Nas páginas do diário, publicava crônicas curiosas de seu cotidiano, como a que
descreve seu primeiro encontro com Dilma Rousseff, então ministra-chefe da Casa
Civil e pré-candidata à Presidência. "Estar com a ministra Dilma Rousseff,
ver de perto um verdadeiro exemplo de luta contra o câncer, comprovar que ainda
existe gente bem-intencionada nesse país, constatar que o Brasil avança, se
moderniza, se torna menos desigual e que poderá, sim, pela primeira vez, ter
uma mulher na presidência da República foi o melhor presente que eu poderia
ganhar no meu aniversário", escreveu.
Hoffmann é figura conhecida na cidade, que amanheceu
espantada com a notícia de sua prisão. A revelação de seu envolvimento com o
maior escândalo de corrupção no país contrastou ferozmente com sua imagem de
filantropo. Desde a morte de sua mãe, a parteira Dora Hoffmann, o publicitário
se tornou doador de diversas obras sociais do município. Em 2008, ele chegou a
devolver o carro que ganhou em uma rifa organizada pelo asilo com o qual contribuía
mensalmente. Disse que não precisava do veículo.
Se ele falar - O publicitário deve ficar preso por cinco
dias na carceragem da PF. Pessoas de seu convívio profissional o caracterizam
como 'briguento' e 'truculento'. Em seus 20 anos em Brasília, passaram por suas
mãos ao menos uma dezena de clientes do governo - entre eles, o Banco do
Brasil. Isso faz do executivo uma espécie de Ricardo Pessoa do mercado
publicitário. Pessoa, dono da construtora UTC, é considerado a chave dos
segredos mais sórdidos envolvendo o petrolão e os desvios de dinheiro da
Petrobras para partidos políticos. Está preso na Penitenciária Estadual do
Paraná e ainda não assinou acordo de delação premiada. Se o fizer, Brasília
pode se tornar um barril de pólvora.
Avesso aos holofotes, Hoffmann sempre preferiu a sombra.
Diferentemente dos diretores de criação de agências, cujo ego muitas vezes
transborda os limites da autopromoção, ele só ia a eventos se a necessidade
fosse urgente. Na articulação política, porém, agia com extrema desenvoltura.
"Ele não é o típico cara que vai para o Festival de Cannes. Ao que parece,
ele é agora o que vai em cana', ironizou o sócio de uma grande agência que o
conhecia no âmbito profissional. Segundo esse publicitário, o setor temia que,
cedo ou tarde, as gestões de Hoffmann na Caixa dessem errado. A preocupação da
classe, diz ele, é que o estigma de corrupção seja atrelado a todas as agências
que prestam serviços para o governo.
Mas agora ensinam nas escolas de publicidade, como mamar nas tetas do governo e arranjar um nota preta. Depois do Marco Valério, João Santana e agora esse Ricardo Hoffmann. Isso mostra como a corrupção na gestão PT, tornou endêmica.
ResponderExcluirLula bem que poderia dizer que os outros governos roubaram, mas nos somos melhores e roubamos muito mais!!!
Hofman na politica nacional cheira a falcatruas.
ResponderExcluirTomara que no mínimo tenha o mesmo fim do Marcos Valério, mas agora com o Supremo petralhado esses caras até dão rizadas na nossa cara!
ResponderExcluirDisse a presidente(a) outro dia: "A Petrobrás está limpa."
ResponderExcluirSerá verdade?
E a Caixa Econômica Federal, quando ficará limpa?
E o BNDES quando ficará limpo?
E o Banco do Brasil quando ficará limpo?
E os fundos de pensão das estatais quando ficarão limpos?
E as estatais da área da energia quando ficarão limpas?
Ou eles já estão limpos também?
É dificil de acreditar, pois a cada enchadada é um minhoca.
Sobre o comentário da presidenta de que a Petrobrás está limpa:
ResponderExcluirNada mais que a verdade.
No meu tempo de juventude, quando alguém nos pedia dinheiro emprestado, a resposta era sempre: "não tenho, estou limpo".
É nesse sentido, acho, que PELA PRIMEIRA VEZ má dama falou a verdade em uma declaração pública.
A Polícia Federal deveria cancelar algumas delações premiadas feitas em operação aqui no RS. Pois tem muita coisa que não foi investigada.
ResponderExcluirA Petrobrás só estará limpa quando não tiver mais incompetentes petistas e outros corruPTos em seus quadros!
ResponderExcluirClaro que a Petrobras está limpa. LIMPARAM O CAIXA. Tiraram todo o dinheiro da empresa. Foi isso que ela quis dizer.
ResponderExcluirJá que chegaram na CEF bem que podiam dar uma olhadinha nos prêmios da loteria.
Vai ver, esta tudo certo. Ponto a favor do governo.
O PT já limpou tudo, deixou a Petrobrás quebrada, o BNDES quebrado, A CEF quebrada, os fundos de pensão quebrados.
ResponderExcluirÉ esta "tudo limpo" para Dilma!!
Limpeza será feito quando mandar esses corruptos pro quintos do inferno.
a dona dilma tem capacidades indiscutiveis, para o MUNDO. Consegue imprimir BOM CARATER, com um simples carimbo, na testa de seus assessores. Será que terá tinta para todos!!
ResponderExcluirAcredite! Acredite que tudo esta resolvido.
Isso é muito triste!!!> Em Cachoeira os diretores do que se diz principal veículo de comunicação da Cidade o Jornal do Povo KKKKKK estão tratando seu colunista Hoffmann como personalidade nacional. É o que espera de uma BULA
ResponderExcluirCurioso, no meu colégio, na cidade gaúcha de Santa Cruz do Sul, havia um aluno de Cachoeira do Sul, interno no Colégio, que se chamava RICARDO HOFFMANN. Sua mãe era parteira. Só que ele não poderia ter ido para Curitiba em 1970, porque ele estudou lá em 1973, com 16 anos de idade !Ou a informação da reportagem está incorreta ou não é a mesma pessoa, apesar das coincidências de nome e profissão da e de naturalidade. Hey, eu até curti uma paixão por ele, por
ResponderExcluirisso prefiro não me identificar...Coisas de adolescente, eu tinha 15 anos !
Corrigindo: 15 anos não, 14. Fiz a conta errada.gladise@superig.con
ResponderExcluirCorrigindo : eu tinha 14 anos. Não 15. Me enganei nas contas.
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