Este artigo que vai de modo exclusivo para os leitores,
integra uma série de três que foram preparados pelo engenheiro-agrônomo Valdir
Izidoro Silveira (leia qualificação em nota ao pé da página). Ele acaba de
visitar o Vietnam a trabalho. Neste artigo, além de passar dados sobre a viagem
(duração, companhia, preços), ele também conta sobre o que faz lá e narra um
pouco da vida e das condições atuais do País. Valdir é um simpatizante do regime comunista do Vietnam.
VIETNAME: A TERRA DO “TIO HO” (I)
Valdir Izidoro
Silveira (*)
Assim é conhecido
o herói vietnamita, Ho Chi Minh, timoneiro da derrota dos países invasores do
território do Vietnam: França e EUA. Junto com Nguyen Van Giap conduziram a
luta de resistência e vitória que, em menos de meio século, após a derrota das
forças invasoras, conduziu o país ao desenvolvimento.
Cheguei a Ho Chi Minh dia 8 de setembro, após 22 horas de
viagem saído de São Paulo, com escala em Dubai.
Minha missão no Vietname está dividida em dois empreendimentos:
um comercial que é assessorar um empresário brasileiro que quer vender gado
zebuíno para um comerciante de carne no Vietnam. Ele prefere o gado zebuíno,
guzerá, nelore ou Brahma, porque são bois com menos gordura. Pretendem comprar
50 mil bois por mês.
A outra missão é mais técnica onde o mesmo empresário
fará uma parceria com um grupo vietnamita que produz ração e que tem um
faturamento anual de 600 milhões de dólares. Esse grupo, chamado PROCONCO
produz 15 milhões de toneladas anuais de ração para frango, porco, marreco e
gado. Esse grupo bate, em pequena escala, 40 mil aves dia para consumo interno
e querem se organizar para exportar frango para os países árabes e Russia.
Compete a nossa equipe fazer o estudo de viabilidade para ampliar essa capacidade
de abate de frangos com vistas a exportação atendendo todas as exigências
protocolares desses países bem como as regulamentações sanitárias vigentes no
mercado de carnes para exportação.
Os vietnamitas tem o hábito de comprar frangos vivos. O
mercado local vende frango e marreco assado- tipo defumado- em estabelecimentos
localizados ao longo das avenidas, ruas e comércios locais.
É a segunda vez que venho ao Vietname e, provavelmente,
terei que voltar, pois que o empresário do Paraná será o responsável pela
comercialização desses frangos nos mercados árabes e Russia. O negócio ainda
não foi fechado.
A nossa última
viagem foi em julho de 2012, com 22 horas de viagem, escala em Dubai – também
tem escala em Doha, mas não recomendo- a melhor
companhia é a Emirates. Os preço das passagens variam de 1900 à 4.000
dólares, dependendo da época do ano e reservas antecipadas. O aeroporto de Dubai é uma ostentação fora do
comum; coisa de cinema. Os “brimos” montaram um esquema de circulação interna, no aeroporto, que tem
obrigam, antes de chegar aos portões de embarque, a passar na ala comercial,
verdadeiras “arapucas” muito bem montadas, com um visual exuberante; uma baita
caça dólares!
O Vietname, possui 92 milhões de habitantes. A capital do país é Hanoi com 6,5
milhões de vietnamitas.
Na capital não se vê aquilo que nós latinoamericanos
costumamos chamar de pobreza. Os vietnamitas da capital vivem do comércio e no
trabalho em instituições governamentais e bancos. É uma bela cidade, limpa, com
edifícios suntuosos, alguns superiores ao que existem em São Paulo, Belo
Horizonte, Curitiba ou Porto Alegre; só vendo pra crer.
(*) Engº Agrº, Especialista em Planejamento e
Desenvolvimento Regional-ILPES-CEPAL/ONU e MSc. em Tecnologia de Alimentos/UFPR
E-mail: valdir.i.silveira@gmail.com