Tarso Genro engrossa as críticas em entrevista ao Correio do Povo: "Se Sartori não sabe como governar, nós podemos ensiná-lo"

Tarso quer ensinar Sartori o melhor caminho para conduzir o governo do RS a outro desastre. 

Prestes a deixar o Palácio Piratini, o governador Tarso Genro (PT) continua ocupando todos os espaços a pretexto de defender aquilo que chama seu "legado", justamente a herança que levou-o a uma derrota acachapante. Na prática, Tarso Genro emplaca um terceiro turno, mas como no primeiro e no segundo turnos, fala sozinho porque ninguém mais quer ouvir suas bravatas, seus despeitos e factóides. Ele disse hoje ao Correio do Povo que se dedicará a partir de 2015 a articular uma larga frente de esquerda no País, inspirada na Frente Ampla uruguaia. Um movimento que trabalhe inicialmente pela reforma política e integre “de Bresser Pereira a Jean Wyllys”. A militância sem mandato não tratará somente de questões nacionais. Regionalmente, o petista já rebate a linha adotada por seu sucessor e questiona competência e programa dos futuros gestores. 

Confira os principais trechos da entrevista que ele concedeu ao Correio do Povo. Ao final, link com a íntegra. 

O futuro governo aponta a possibilidade de falta de recursos para a folha e um déficit muito superior ao projetado por sua administração. O senhor contesta?

Tarso: O governador Sartori e sua equipe não conheciam a realidade do Estado. Se conheciam, não trabalharam isso politicamente.

CP: O senhor afirma que não faltarão recursos?

Tarso: Se o próximo secretário da Fazenda não souber gerir a máquina das finanças, podemos pedir ao Odir (Tonollier, atual titular da Pasta) para aconselhá-lo. Mas serão conselhos desenvolvimentistas, não contracionistas. Porque o que vejo até agora é que vão cortar. Isso é uma forma muito fácil de governar: cortar uma diariazinha aqui, uma lá. Cortar diárias da Brigada Militar, da Polícia, dos servidores, aplicar arrocho salarial e levar a máquina pública ao subcusteio. Esse projeto não é o nosso, é o deles. E eles é que terão que responder como gerir a máquina com essa visão. 

CP: Após a aprovação da redução do número de secretarias, o futuro chefe da Casa Civil, Márcio Biolchi (PMDB), anunciou que as mudanças permitirão uma redução de 30% nos gastos do Executivo.

Como governador não reeleito, não vou chefiar a oposição, mas defenderei o meu legado.

CP: De que maneira?

 Tarso: Esse discurso fácil que está sendo feito, de que o Estado está quebrado e por isso não poderão fazer nada e terão que cortar, isso aí é o que dizem os governantes que não sabem o que fazer. 

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