Em uma conversa com um empresário mexicano em Puebla,
cerca de 10 anos atrás, comparávamos a Petrobras e a Pemex, tendo a última um
faturamento três vezes superior à rival brasileira. Mas no final da discussão o
mexicano se rendeu com uma afirmação surpreendente: “a diferença fundamental é
que a Pemex é uma estatal mexicana, enquanto a Petrobras é uma companhia
petroleira…”. Criada em 1953 pelo presidente Getúlio Vargas, a maior e mais
importante empresa brasileira vive hoje, quem sabe, uma de suas maiores crises
institucionais.
Umbilicalmente ligada à politica e ao desenvolvimento
nacional, um dos fatores para o sucesso internacional da Petrobras foi o
contínuo investimento no conhecimento e no desenvolvimento profissional de seus
mais de 80 mil colaboradores. Quem talvez melhor personifique este processo,
sendo uma espécie de antítese do ex-diretor Paulo Roberto Costa, é o geólogo
Carlos Walter Marinho Campos, que em 1974 foi responsável pela descoberta do
campo de Garoupa e pela revelação da região petrolífera que logo se tornaria a
mais importante do Brasil. Carlos Walter entrou na Petrobras como trainee e
chegou ao cargo de diretor, quando, contrariando recomendações internacionais,
convenceu o governo federal a investir na busca de petróleo no mar. Com 80% da
produção nacional na bacia de Campos, nome dado em homenagem ao seu
descobridor, o país atingiu a autossuficiência em 2006, o sonho impossível de
30 anos antes. A evolução do núcleo técnico formado inicialmente por Carlos
Walter chegaria anos depois ao pré-sal, colocando as reservas do Brasil entre
as mais significativas e promissoras do globo.
A relação de governo que norteia a alta administração da
Petrobras tornou possível Carlos Walter, a bacia de Campos e o pré-sal, mas em
sua versão perversa também criou Paulo Roberto Costa e uma estarrecedora rede
criminosa. O aprimoramento da governança corporativa e compliance da companhia,
assim como os mecanismos de controle, investigação e justiça são relevantes
para que a Petrobras cumpra o papel que a sociedade brasileira espera. Ainda
assim, a peça chave continuará sendo sempre a escolha das pessoas, sejam elas
os membros do conselho de administração e dirigentes da Petrobras, sejam elas
nossos governantes e parlamentares.
Empresas privadas teriam obtido avanços maiores e com custos menores que os da Petrobrás, se não tivessem sido impedidas de atuar pelo monopólio da Petrobrás.
ResponderExcluirO monopólio da Petrobras, na verdade impediu o desenvolvimento de empresas petrolíferas mais produtivas e eficientes, como a Ipiranga, que foi "morta" pelo monopólio da Petrobrás.
políbio,
ResponderExcluirEste é o "gênio" por trás do calhambeque chamado Aeromóvel??
JulioK
NÃO SAIU PETRÓLEO NO PRÉ-SAL E, NEM SAIRÁ.
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