Os funcionários da segunda maior montadora de
motocicletas do país estão intrigados: afinal, quantas Yamaha existem no
Brasil ? Ao que tudo indica, duas: uma para o chão de fábrica, marcada por um
período de austeridade; e outra para o andar de cima, caracterizada por uma
profícua política de remessa de lucros para a matriz. Para os trabalhadores, as
notícias são desalentadoras, como informa o Relatório Reservado. A paralisação
de 10 dias na fábrica de Manaus prevista para o fim do mês seria apenas o abre-alas
de uma série de medidas antipopulares. Segundo informações filtradas junto à
própria Yamaha, novas paradas devem ocorrer em julho e agosto. Ao mesmo tempo,
a empresa teria planos de cortar um volume significativo dos contratos
temporários de trabalho, firmados em um período de maior prosperidade do setor.
No entanto, o que mais tem causado rebuliço entre os funcionários da montadora
e líderes sindicais da Zona Franca é a possível marcha-a-ré da participação nos
lucros. Na Yamaha, circula a informação de que a empresa deverá pagar, em
média, um valor bem próximo do piso de R$ 730, previsto no acordo firmado com o
Sindicato dos Metalúrgicos do Amazonas (Sindmetal) em maio deste ano - o teto
foi fixado em R$ 1.580. O RR entrou em contato com a Yamaha, mas a empresa não
quis comentar as informações.
. Paralelamente, a Yamaha também estaria revendo o programa
de investimentos previstos para este ano no Brasil. O valor do corte ainda não
está decidido. Mas é certo que os japoneses não desembolsarão os R$ 150 milhões
originalmente previstos. Intramuros, a direção da Yamaha atribui as medidas
contracionistas à retração do setor e à necessidade de reequilibrar seus
estoques e reduzir os custos operacionais. No entanto, entre os funcionários, o
discurso não cola.
. A julgar pelo desempenho recente da Yamaha, não haveria
motivos para os japoneses circularem pelos corredores da companhia com uma
katana em cada mão. De janeiro a maio deste ano, a empresa comercializou 77 mil
motocicletas, contra 61 mil em igual período no ano passado - no mesmo período,
as vendas totais da indústria recuaram 10%. De dezembro para cá, o market share
da montadora asiática subiu de 11,1% para 12,2% - patamar que não era alcançado
há quase três anos.
Se o futuro do Brasil é ser uma Venezuela, quem, de são consciência, vai manter uma empresa no Brasil? Eles tem até outubro para desativar tudo ou deixar um mínimo para um futuro retorno.
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