Editorial, Estadão - Os desmandos das obras da Copa

Em editorial da sua página 3, o jornal O Estado de S. Paulo comentou nesta terça-feira o atraso nas obras e a rapidez na resposta: a presidente Dilma Rousseff, que reagiu prontamente aos comentários do presidente da Fifa, Joseph Blatter, sobre a demora na preparação da Copa do Mundo de 2014. Leia tudo:

.  "Amamos o futebol e por isso recebemos esta Copa com orgulho e faremos a Copa das Copas", proclamou a presidente pelo twitter. "É o país mais atrasado desde que estou na Fifa. E foi o único que teve tanto tempo para se preparar", disse o dirigente em entrevista ao jornal suíço 24 Heures. Publicado o comentário, o Ministério do Esporte logo divulgou em nota oficial a promessa de conclusão dos preparativos "a tempo para a Copa" - garantia desnecessária, se o governo houvesse iniciado muito mais cedo os investimentos necessários. Presidente da federação desde 1998, Blatter entrou na organização em 1975, há quase 40 anos. Ele se referiu a esse período, quando afirmou nunca ter visto uma preparação com tantos atrasos.

. O governo brasileiro, chefiado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, assumiu em 2007 o compromisso de organizar a Copa do Mundo programada para sete anos depois. Nada, ou quase nada, foi investido nos quatro anos seguintes. O trabalho ficou para a gestão da presidente Dilma Rousseff.

. Só em janeiro de 2010, no começo do último ano de seu mandato, o presidente Lula instalou o comitê responsável pela organização do evento. Ao mesmo tempo, anunciou a destinação de R$ 20 bilhões - do Tesouro Nacional, do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

. Nessa altura, as estimativas iniciais de custos já estavam estouradas. Em agosto do ano passado, estavam prontos seis dos estádios previstos e continuavam as obras em outros seis. A projeção do investimento havia passado dos R$ 2,8 bilhões anunciados em 2007 para R$ 8 bilhões, com aumento de 285%. O novo valor superava a soma das verbas aplicadas em 12 estádios alemães e em 10 sul-africanos (equivalentes a R$ 6,9 bilhões) para as Copas de 2006 e de 2010.

. O planejamento deficiente e a má gestão produziram mais que o enorme atraso no início das obras. Elevaram custos, dificultaram o acompanhamento dos gastos e resultaram em várias irregularidades na elaboração e na execução dos projetos.

(...)

. Apesar dessa flexibilidade, a maior parte das obras destinadas à Copa do Mundo continua com grande atraso e os custos finais serão com certeza bem maiores que os estimados inicialmente. Talvez a Lei de Licitações tornasse um pouco mais lentas as contratações. Mas o problema real estava em outra parte - na incompetência gerencial do governo.

5 comentários:


  1. A conclusão é cristalina:


    "incompetência gerencial do governo"


    Enganam o bovinos brasileiros, mas não os europeus!!!

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  2. Faltou o ponta-pé na bunda em muitos ministros, gestores e burocratas na esfera publica, como no ministro Aldo Rabello.

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  3. A Presidente Dilma deveria ser rápida para acabar a obra da Transposição do Rio São Francisco e a Refinaria Abreu e Lima.O Nordestino está sofrendo com as secas.

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  4. Isto sim é HERANÇA MALDITA deixada pelo Lulla. Quem é que não sabe que não temos as mínimas condições de sediar uma Copa do Mundo? Só o apedeuta mesmo para prometer o que não poderia cumprir. E o país todo caiu na cilada do mentecapto. Bem feito. Agora é correr atrás do prejuízo e tratar de pagar as contas. Sempre, claro, às custas do povo sofrido deste bananão.

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  5. Por favor, alguém avise a dona presidANTA que a "Copa das Copas" já tem dono: a Itália.

    A Copa do Mundo de Futebol de 1990, na Itália, foi a Copa das Copas! Até o Galvão Bueno sabe disso, pois ele próprio afirmou isso. (
    Abertura da Copa do Mundo da Itália 1990 - http://www.youtube.com/watch?v=ecxFNopF0QI )


    Vai estudar, dona.

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