Tarso tunga R$ 400 mil do dinheiro do contribuinte para saber se Zero Hora é do Partido da Imprensa Governista. Você leitor, o que acha da preocupação do Piratini ? A charge ao lado está disponibilizada no Google.O nome do autor encontra-se listado à direita, embaixo.
Neste artigo, intitulado "O governador e o jornal", o jornalista Ruy Fabiano critica duramente a decisão do governador Tarso Genro, que resolveu gastar R$ 400 mil de dinheiro público para contratar uma pesquisa que possa dizer se o povo gaúcho acha que o jornal Zero Hora é ou não é imparcial em relação ao seu governo. O Ministério Público de Contas acionou o TCE para protestar e julgar o caso. O mais curioso de tudo é que a RBS não publicou uma só linha sobre o caso, seus congêneres nada falam e nem mesmo entidades como a ARI e o Sindicato dos Jornalistas abrem a boca. Leia todo o artigo, porque no RS ninguém fala sobre isto, nem mesmo a oposição:
O governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, do PT, é
um estudioso da liberdade de imprensa. Nas horas vagas de sua função - que, ao
que parece, são muitas -, decidiu pesquisar o maior jornal de seu estado, o
Zero Hora, do Grupo RBS. Como detesta improvisos e amadorismos, quis basear seu
estudo em dados científicos. Contratou, então, um instituto especializado nesse
tipo de pesquisa – a Foco Opinião e Mercado Ltda., de Santa Catarina – para
avaliar se o dito jornal é ou não imparcial nas coberturas que faz de seu
governo. Para tanto – detalhe irrelevante -, serviu-se do tesouro
do Estado, de lá sacando a módica quantia de R$ 400 mil, que, claro, não fará
falta a ninguém. Não se sabe a que conclusão chegou a tal pesquisa, que não foi
– e provavelmente não será – publicada.
. O Ministério Público de Contas do Rio Grande do Sul não
entendeu - e não gostou: “Não se depreende qual a finalidade e o interesse
público, em possível desatendimento às disposições constitucionais, na
realização dos gastos”, diz o texto da representação que o procurador-geral
Geraldo Da Camino encaminhou ao Tribunal de Contas do Estado.
. Os procuradores em geral são chatos. Têm sempre dúvidas e
suspeitas e estão sempre procurando alguma coisa errada. Daí o nome da função.
No caso, porém, o procurador achou estranho gastar R$ 400 mil numa pesquisa que
poderia sair quase de graça. De fato, para aferir a imparcialidade de um jornal basta
lê-lo, o que implica a aquisição do exemplar, na faixa dos R$ 2. Mas – e isso
escapa à perspicácia do procurador -, o governador talvez tenha feito a opção
mais cara para não contaminar a resposta com suas idiossincrasias e
preconceitos.
. Possivelmente, já tenha sua resposta pessoal, mas não
julgou suficiente: quer ser justo. Por isso, acionou a Secretaria Estadual de
Comunicação e Inclusão Digital, para encomendar o serviço. O que são, afinal,
R$ 400 mil, sobretudo quando não nos pertencem, não é? O que, afinal, é o
dinheiro público?