Entrevista, Hernane Cauduro, Abimaq - Produção de bens de capital caiu 5,3% até setembro. 2013 será o 5° ano de queda.

Hernane Cauduro, vice-presidente regional da Abimaq (Associação Basileira de Máquinas e Equipamentos)

O atual processo de desindustrialização e de má performance da indústria brasileira tem tudo a ver com o ramo de máquinas e equipamentos. Como estão as vendas de vocês?
Somos 4.500 empresas no Brasil e reunimos 255 mil trabalhadores, o dobro do que emprega toda a indústria automobilística. Apesar disto, ao contrário do que ocorre no caso das montadoras, não temos uma política industrial para o nosso ramo industrial. Entre janeiro e setembro deste ano, comparado com o ano passado, faturamos 5,3% menos. As quedas sucedem-se há 5 anos.

Os clientes reduziram as compras ou os exportadores tomaram o lugar de vocês?
As duas coisas. Em 2010, pela primeira vez os estrangeiros venderam mais do que nós aqui dentro. Atualmente, perdemos por 66% a 34%. Estamos sumindo. A indústria brasileira que precisa de máquinas e equipamentos, ficará refém das importações.

Quais são os problemas?
Há baixa capacidade de investimentos no Brasil e temos baixa competitividade, decorrente do chamado Custo Brasil. Já começamos produzindo com custos 37% superiores aos de colegas da Europa e EUA. Uma fábrica alemã, só para dar uma idéia, consome aço com preço 35% menor.

O que falta?
Uma política industrial para nós, claro. Isto poderia acontecer com o Inovamaq, em gestação, programa semelhante ao que beneficia a indústria automobilística.

E o RS?
O RS é o segundo no ranking dos que mais produzem máquinas e equipamentos, com 16% do bolo nacional. Veja que isto é mais do que o dobro do índice de participação do Estado no bolo do PIB, já que nossa fatia é de apenas 6,3%.

E-mail: srs@abimaq.org.br

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"Vigas, pregos, alfinetes", Almir Pazzianoto, no Estadão. 

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