Reportagem da revista Época deste sábado produzirá o principal escândalo político deste ano, porque o lobista João Augusto Henriques resolveu denunciar a cobrança de propina para fechar contratos e diz que dinheiro foi para deputados – e até para a campanha presidencial. O material é dos repórteres Diego Escosteguy com o apoio de Flávia Tavares, Marcelo Rochas, Murilo Ramos e Leandro Loyola. A campanha eleitoral de Dilma e do PT volta a ser enlameada, mas desta vez as denúncias são contundentes e recheadas de provas e testemunhas.
. João Augusto estava em silêncio. Permanecia inclinado à
frente, apoiava-se na mesa com os antebraços. Batia, sem parar, a colherzinha
de café na borda do pires – e mantinha o olhar fixo no interlocutor. Parecia
alheio à balbúrdia das outras mesas no Café Severino, nos fundos da Livraria
Argumento do Leblon, no Rio de Janeiro, naquela noite de sexta-feira, dia 2 de
agosto. A xícara dele já estava vazia. O segundo copo de água mineral, também.
João Augusto falava havia pouco mais de uma hora. Até então, pouco dissera de
relevante sobre o assunto que o obrigara a estar ali: as denúncias de corrupção
contra diretores ligados ao PMDB, dentro da Petrobras. Diante dos documentos e
das informações obtidos por ÉPOCA sobre sua participação no esquema, João
Augusto respondia evasivamente. Por alguma razão incerta, algo mudara nos
últimos minutos. O semblante contraído sumira. Esperei que o silêncio dele
terminasse.
– O que você quer saber?, disse ele.
– Sobre os negócios, respondi.
. Foi então que João Augusto Rezende Henriques disse, sem
abaixar a voz ou olhar para os lados: “Do que eu ganhasse (no contratos
intermediados com a Petrobras), eu tinha de dar para o partido (PMDB). Era
o combinado, um percentual que depende do negócio”. A colherzinha não tilintava
mais.
. Iniciava-se, ali, um desabafo motivado pelas denúncias
que ÉPOCA investigava havia cerca de um mês. O caso envolvia a Petrobras –
maior empresa do país, 25ª do mundo, com faturamento anual de R$ 281 bilhões.
Começara com apenas uma pista: um contrato assinado em 2009, em Buenos Aires,
entre o advogado e ex-deputado Sérgio Tourinho e o argentino Jorge Rottemberg.
No documento, previa-se que Tourinho receberia US$ 10 milhões de uma
empresa no Uruguai, um conhecido paraíso fiscal, caso a Petrobras vendesse a
refinaria de San Lorenzo, avaliada em US$ 110 milhões, ao empresário Cristóbal
Lopez, conhecido como czar do jogo na Argentina e amigo da presidente Cristina
Kirchner. À primeira vista, o contrato não fazia sentido. Por que um lobista de
Buenos Aires se comprometeria a pagar US$ 10 milhões a um advogado brasileiro,
de Brasília, caso esse advogado, sem experiência na área de energia,
conseguisse fechar a venda de uma refinaria da Petrobras na Argentina?
ÉPOCA foi buscar a resposta em entrevistas com partícipes
do negócio, parlamentares e funcionários ligados ao PMDB. O advogado Tourinho
era sócio dos lobistas do PMDB, que trabalhavam em parceria com Jorge Zelada,
diretor internacional da Petrobras desde 2008 e, segundo João Augusto,
apadrinhado do PMDB. A operação San Lorenzo, diz ele, não era um caso isolado.
Era mais um dos muitos negócios fechados pelos operadores do PMDB na área
internacional da Petrobras. De acordo com João Augusto, todos os contratos na
área internacional da Petrobras tinham de passar por ele, João Augusto, que
cobrava um pedágio dos empresários interessados. De acordo com ele, de 60% a
70% do dinheiro arrecadado dos empresários era repassado ao PMDB, sobretudo à
bancada mineira do partido na Câmara, principal responsável pela indicação de
Zelada à Petrobras. De acordo com João Augusto, o dinheiro servia para pagar
campanhas ou para encher os bolsos dos deputados. O restante, diz ele, era
repartido entre ele próprio e seus operadores na Petrobras – os responsáveis
pelo encaminhamento dos contratos.
. Segundo João Augusto e outros quatro lobistas do PMDB, o
dinheiro era distribuído a muita gente em Brasília. A maior parte seguia para
os dez deputados do partido em Minas, entre eles o atual ministro da Agricultura,
Antonio Andrade, e o presidente da Comissão de Finanças da Câmara, João
Magalhães. O dinheiro, de acordo com João Augusto, não ficava apenas com essa
turma. Segundo o relato dele e dos outros lobistas, o secretário das Finanças
do PT, João Vaccari, recebeu o equivalente a US$ 8 milhões durante a campanha
presidencial de Dilma Rousseff em 2010. João Augusto diz que organizou, com
Vaccari, o repasse para a campanha de Dilma. O dinheiro, segundo ele, foi pago
pela Odebrecht, em razão de um contrato bilionário fechado na área
internacional da Petrobras, que dependia de aprovação do então presidente da
estatal, José Sergio Gabrielli, do PT. À Justiça Eleitoral, a campanha de Dilma
declarou ter recebido R$ 2,4 milhões da Odebrecht. O coordenador financeiro da
campanha de Dilma Rousseff, José de Filippi Júnior, afirma que não conhece João
Augusto. “Posso garantir que ele não participou da arrecadação de recursos para
a campanha da presidenta Dilma Rousseff, que toda arrecadação foi feita por
meio de Transferência Eletrônica Bancária, e que as contas da campanha da
presidenta foram aprovadas pelo Tribunal Superior Eleitoral”, diz.
. As denúncias de João Augusto são contestadas pelos
acusados. Vaccari diz que não era responsável pela tesouraria da campanha de
Dilma. Afirma ainda que “todas as doações ao PT são feitas dentro do que
determina a legislação em vigor e de uma política de transparência do PT”.
Gabrielli diz, por meio de nota, não ter conversado sobre o contrato da
Odebrecht com Vaccari. Zelada afirma desconhecer a atuação de João Augusto na
intermediação de contratos na Petrobras e nega ter sido indicado pelo PMDB. A
Petrobras informou em nota que não comentaria o assunto. Apesar de todas as
contestações, a reportagem de ÉPOCA confirmou, por meio de entrevistas em
três cidades, vários pontos do depoimento de João Augusto. Investigações
oficiais ainda são necessárias para apurar todas as suas denúncias.
>>Continue lendo esta reportagem em ÉPOCA desta
semana
Antes era PTROSAURO hoje PTROMÁFIA!
ResponderExcluirE o "9dedos" subindo na lista da Revista Forbes.
Políbio,
ResponderExcluirEstava demorando para a sujeira vir a tona!!
O Lulla jogou este país na lona moral. Todo mundo quer seu quinhão!!
JulioK
Bom, se o PMDB tinha dúvida se ficava no governo ou se aliava com o PSDB ou PSB, dá para dizer que vai continuar e, indicar novamente Michel Temer como Vice.
ResponderExcluirAntes disso tem de ser feita uma investigação rápida pela PF e MP, chamando a Revista Época (rede bobo) e o reporter Diego Escosteguy para que forneça os documentos que possuem para uma investigação.
É que, conforme a CF, não dá para mandar prender antes de investigar, provar, oferecimento de denuncia na Justiça pelo MP, condenação em em ultima instancia, dopois dos recursos.
Agora começa a cair a ficha, essa comuna perdoa as dividas dos países africanos, as firmas brasileiras com dinheiro do brasil ganham contratos na Africa e repassam parte para esse bando de ladrões, finalmente endendi o porque dos perdões de dividas.
ResponderExcluirSe vamos perdoar, então que seja para o pequeno agricultor que muitas vezes tem que entregar as terras para o banco, quando a coisa chega nessa dimensão dá vontade de não mais viver.
Eduardo Menezes
Obviamente a petelhada safada(redundância) sairá feito louca, tentando abafar e descaracterizar a denúncia. No entanto, esperar o que dessa gente? Honestidade é que não.
ResponderExcluirChama o Carlos Sgarbi.Socorro.
ResponderExcluir“[O PT] não depende só do marqueteiro. Nós temos vários tipos de militantes nas redes sociais.
ResponderExcluir(...)
como é o caso agora desse companheiro da casa Fora de (sic) Eixo, o Pablo Capilé”.
Paulista Carlos Sgarbi nos responda, voce é do Fora de Eixo ou Pablo Capilé?
Sr Polibio Braga:
ResponderExcluirFico surpreso com com os comentários,até parece que isso começou ontem.
"NINGUÉM FICA IMPUNE,QUANDO UMA NAÇÃO ELEGE PRESIDENTE, UM BÊBADO, SAFADO, MENTIROSO, LADRÃO, CORRUPTO, E AGORA FORNICADOR FURTIVO.
É gaúchos politizados a coisa ainda vai piorar.
O Brasil convive com a moral dólar nas cuecas.
Saudações
Direitalha não contem com o ovo dentro da galinha, afinal quem fez a reporcajem, digo, reportagem foi Diego Escosteguy, ex-revista inVEJA, erro e vezero do peixe friu.
ResponderExcluirCom a palavra o MP e PF para investigar e dar a resposta a sociedade o mais rápido possível.
Tô aguardando os comentários do Carlos Sgarbi, defendendo a quadrilha que se instalou no planalto em 2003. Tão todos riquíssimos, ou melhor, bilionários. O lullinha, filho do famigerado 9dedos, tá rico, anda de jato executivo próprio.
ResponderExcluirAgora o Brasil será autossuficiente em petróleo.Deus me livre e guarde.
ResponderExcluirOs elementos (maus) estavam cantando vitória, mas agora pouco publicou no Diário Oficial, digo, no JN que o lobista João Augusto Henriques negou tudo, ou seja, pegou o $ depois deixou os jornalistas de mão abanando.
ResponderExcluirOS CONTROLADORES INTERNACIONAIS(OS MESMOS QUE A APOIARAM) AGORA PRECISAM DESCARTÁ-LA PARA PODEREM FAZER SUBIR AO PODER A QUERIDINHA MARINA SILVA.
ResponderExcluirDESTE MODO VIRÁ UMA POLÍTICA INDIGENISTA E AMBIENTALISTA RADICAL(INCLUSIVE COM A DECLARAÇÃO DE AUTODETERMINAÇÃO DOS POVOS INDÍGENAS). QUEM VIVER VERÁ.