Gerdau para a Folha: "O País está no limite da burrice"

Esta entrevista que o empresário gaúcho Jorge Gerdau concedeu a dois competentes jornalistas da Folha na quinta-feira, é daqueles documentos que precisam ser estudados, porque é repleta de informações relevantes e ensinamentos decisivos para a modernização da gestão pública brasileira.

. É surpreendente que num governo do PT, um membro do próprio governo seja capaz de produzir tamanho libelo contra a má formação do setor público brasileiro e apontar soluções eficazes de enorme impacto.

. Os autores da entrevista histórica são os jornalistas Fernando Rodrigues, Folha, e Armando Pereira Filho, Uol. Eis o trecho de introdução:

O empresário Jorge Gerdau acha que o Brasil precisa "trabalhar com meia dúzia de ministérios ou coisa desse tipo" e não com as 39 pastas existentes na administração da presidente Dilma Rousseff.Esse inchaço se dá por contingências políticas, mas "tudo tem o seu limite", diz o presidente da Câmara de Políticas de Gestão da Presidência da República. Em entrevista ao Poder e Política, projeto da Folha e do UOL, na última terça-feira, ele completou: "Quando a burrice, ou a loucura, ou a irresponsabilidade vai muito longe, de repente, sai um saneamento. Nós provavelmente estamos no limite desse período".

. No ping pong que se segue, o editor destaca o exemplo que Jorge Gerdau lista para demonstrar que a meritocracia e o profissionalismo são exceções absolutas dentro da máquina pública. Leia:

Jorge Gerdau - Mas, no Brasil, só tem quatro ou cinco instituições em que essa estrutura de meritocracia e profissionalismo funcionam.

Repórteres - Quais são elas?

Jorge Gerdau - Banco do Brasil, Banco Central, Itamaraty e Exército. Tem ainda o BNDES. São órgãos que você vê funcionarem. Lógico que a direção desses organismos obedece a uma orientação política. Mas elas são profissionalizadas

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