Artigo, Marcos Cavalcante - Fizeram justiça com Vladimir Herzog. E com Marcelo Cavalcante ?

* Artigo, Marcos Cavalcante

O tempo não foi capaz de acabar com essa modalidade de “SUICÍDIOS INVENTADOS” e que, atualmente, ainda servem para inocentar e deixar impunes os verdadeiros assassinos e, também, muitas vezes, os verdadeiros mandantes. O pior de tudo é que o cadáver do morto pode, até mesmo, ser usado para tirar algum tipo de proveito político, como no caso específico do arquitetado e covarde assassinato do meu irmão Marcelo Oliveira Cavalcante, ex-assessor da ex-governadora Yeda Crusius do Rio Grande do Sul, ocorrido em fevereiro de 2009, mas que acabou sendo utilizado no pleito de 2010 para facilitar a vitória do atual governador do Rio Grande do Sul, o petista Tarso Genro.

. À época, políticos oposicionistas e liderados, principalmente, pelo PT e pelo PSOL, e, também, os grandes veículos de comunicação do Rio Grande do Sul não paravam de reverberar por todos os cantos, que os principais suspeitos pelo ASSASSINATO de Marcelo eram pessoas ligadas ao Governo Yeda. A verdadeira família Cavalcante, logo no início, passou a ser insistentemente ignorada, tanto pelas investigações da Polícia Civil do DF e do Ministério Público do DF, como também pela grande mídia gaúcha, por desconfiar e defender rapidamente a tese de um premeditado crime político, mas praticado justamente por pessoas ligadas à oposição, que tentaram e insistiram em colocar o cadáver do Marcelo no colo da então governadora Yeda, vislumbrando, assim, enfraquecê-la para a sua natural candidatura à reeleição ou, até mesmo, acreditando em um possível impeachment, que apesar de tentado, foi rejeitado.

. Causando bastante estranheza, após as investigações apontarem um vergonhoso e descabido desfecho de suicídio, tanto os opositores de Yeda, como a imprensa gaúcha, resolveram se calar e, sem a menor cerimônia, abafaram o caso Marcelo, que até às vésperas da eleição de Tarso era considerado insistentemente como ASSASSINATO, mas após, transformou-se em SUICÍDIO COMUM, acredite!

. Após 37 anos de espera, a família do jornalista Vladimir Herzog recebeu, finalmente, uma nova certidão de óbito com a causa correta da morte dele.

. Pergunto: Quanto tempo a minha família terá de esperar?

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Um comentário:

  1. Revolta, esta é a palavra que representa o sentimento da família de Marcelo Cavalcante, desde a sua morte precoce. Considerar que um jovem cometesse o suicídio, sem qualquer motivação para tanto era algo inconcebível... Perceber que a morte de um ente querido, praticamente arrancado do seio familiar, foi uma jogada política, simplesmente se torna inaceitável. Até onde vão os devaneios do jogo de poder? Quantos mais serão calados e usados como marionetes nas mãos de políticos para alcançarem seus objetivos? A luta continua e a família de Marcelo vem já há muito, tentando resgatar a honra da sua morte. Onde a palavra suicídio está completamente deslocada no contexto. Como pode alguém pular de um ponto turístico em pleno domingo ensolarado, completamente vestido sem ser notado... Penso que caberia às autoridades competentes provarem que Marcelo se matou, e não considera-lo um suicida sem provas cabíveis, por ser este o caminho mais fácil e oportuno no momento em que ocorrera. Por isso apoiamos o resgate da dignidade de Marcelo, que ainda na flor da idade queria poder aproveitar tudo de bom que a vida pudesse lhe oferecer... Certidões de óbito com causa mortis desconhecida e processo arquivado como suicídio! Absurdos do nosso Brasil. Vale a pena conferir essa história, quase um roteiro de ficção policial, porém a mais pura realidade. Realidade esta, que nosso glorioso jornalista Políbio, vem através da sua atribuição de comunicador da sociedade, atentando para os fatos apresentados pela família Cavalcante, tão brilhantemente nos relatando. Eu estou aguardando ansiosamente pelos próximos capítulos! Será que chegaremos ao FIM?

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