Paulo Virgilio
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Atribuída comumente ao italiano
Guglielmo Marconi, a paternidade do rádio - cujo dia mundial é comemorado hoje
(13) - é motivo de polêmica. A exemplo do que ocorreu com outras grandes
invenções, ela foi fruto de uma sucessão de descobertas e tentativas que, na
época, nem sempre alcançaram a devida repercussão. Esse foi o caso do padre gaúcho
Roberto Landell de Moura (1861-1928), um pioneiro que o Brasil hoje começa a
reconhecer e que antecedeu em dois anos a experimentação de Marconi, datada de
1895.
. Alguns anos antes, em 1873, o físico britânico James
Maxwell havia constatado a existência de ondas eletromagnéticas que se
propagavam pelo espaço. Em 1887, o físico alemão Heinrich Hertz, a partir da
hipótese de Maxwell, conseguiu fazer a transmissão e a recepção de ondas
eletromagnéticas, ainda que com equipamentos colocados a poucos metros de
distância um do outro.
Landell de Moura fez suas experiências pioneiras de
transmissão da voz humana em 1892 e 1893, em Campinas e em São Paulo, cobrindo
uma distância de 8 quilômetros. Ele também foi inventor do telégrafo sem fio
que, a exemplo do rádio, por ele chamado de “transmissor de ondas”, conseguiu
patentear, tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos.“Ele era um sacerdote, uma pessoa recatada, e talvez por
isso foi posto de escanteio, à margem desse processo, enquanto o Marconi, um
europeu, um acadêmico, conseguiu repercussão para o seu invento e ficou na
história como o criador do rádio”, diz o radialista Cristiano Menezes,
gerente-geral das rádios EBC(Empresa Brasil de Comunicação) no Rio de
Janeiro. Juntamente com o veterano radioator e apresentador Gerdal dos Santos e
o jornalista Luiz Augusto Gollo, Cristiano Menezes participa do programa
especial sobre o Dia Mundial do Rádio que as emissoras
da EBC veiculam nesta quarta-feira (13).
. Como meio de comunicação, o rádio chega ao Brasil em 1922,
pelas mãos do cientista e educador Edgard Roquette Pinto.
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