- A reportagem de Veja tem este título: "Verdade punida". Ela fala sobre a ex-gerente de Núcleo de Mídia do Banco do Brasil, Danevita Magalhães, demitida depois que se negou a autorizar o pagamento indevido de R$ 60 milhões para Marcos Valério, por ordem do diretor Pizzolato. Ela também foi perseguida, ameaçada de morte e está desempregada. O outro personagem da reportagem é o advogado Joel Santos Filho, que gravou o auxiliar de Zé Dirceu, Maurício Marinho, cena que desencadeou a CPI dos Correios e desvendou o Mensalão. Ele foi preso. Na cadeia, um prisioneiro aproximou-se dele e avisou: "Cale-se ou vamos matar tua mulher e tua filha". A seguir, trechos selecionados pelo editor. Ao final, link da reportagem completa, com fotos.
Ex-gerente do Núcleo de Mídia do Banco do Brasil, Danevita foi demitida por se recusar a assinar documentos que dariam ares de autenticidade a uma fraude milionária.
Depois de prestar um dos mais contundentes depoimentos do processo — desconstruindo a principal tese da defesa, de que não houve dinheiro público no esquema.
Ameaças de morte, desempregada e sem renda - Danevita passou a sofrer ameaças de morte e não conseguiu mais arrumar emprego. A mulher que enfrentou os mensaleiros cumpre uma pena pesada desde que contou o que sabia, há sete anos. Rejeitada pelos antigos companheiros petistas, vive da caridade de amigos e familiares, sofre de depressão e pensa em deixar o Brasil. Só não fez isso ainda por falta de dinheiro.
Danevita comandava setor de pagamentos a publcitários - O testemunho da publicitária foi invocado várias vezes no corpo da sentença dos dois ministros que votaram na semana passada. Entre 1997 e 2004, Danevita comandou o setor do Banco do Brasil responsável pelo pagamento das agências de publicidade que fazem a propaganda da instituição.
Carreira acabou quando ela se negou a pagar R$ 60 milhões do BB a Valério - Sua carreira foi destruída quando ela se negou a autorizar uma ordem de pagamento de 60 milhões de reais à DNA Propaganda, do empresário Marcos Valério. O motivo era elementar: o serviço não foi e nem seria realizado. Mais que isso: o dinheiro, antes de ser oficialmente liberado, já estava nas contas da DNA, o que contrariava frontalmente o procedimento do banco. Ela, portanto, negou-se a ser cúmplice da falcatrua.
Mensaleiros sairão impunes do STF - Ela não acredita que o Supremo Tribunal Federal vá punir os mensaleiros.
Advogado que gravou o braço direito
de Zé Dirceu também é ameaçado de morte e é perseguido
Situação parecida vive o advogado Joel Santos Filho. Ele foi o autor da gravação do vídeo no qual o ex-diretor dos Correios Maurício Marinho aparece recebendo propina e contando como funcionava o esquema de arrecadação do PTB. A reportagem, publicada por VEJA em maio de 2005, está na gênese do escândalo. Foi a partir dela que o presidente do PTB, deputado Roberto Jefferson, revelou a existência do mensalão. Joel conta que foi chamado por um amigo empresário, que tinha os interesses comerciais prejudicados nos Correios, para colher provas de que lá funcionava um esquema de extorsão. Pelo trabalho de filmagem, não ganhou nada e ainda perdeu o que tinha. Durante as investigações do mensalão, Joel teve documentos e computadores apreendidos — e nunca devolvidos. Apesar de não ter sido acusado de nada, foi preso por cinco dias e ameaçado na cadeia: “Fui abordado por outro preso, que disse saber onde minha família morava e minhas filhas estudavam. Ele me alertou: ‘Pense no que vai falar, você pode ter problemas lá fora”. Joel sustenta sua família hoje por meio de bicos. “Fiquei marcado de uma forma muito negativa”, lamenta.
CLIQUE AQUI para ler tudo e ver as fotos.Os dois personagens concederam entrevistas formais para Veja.
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