Começou a decisão final na França. Jornais já admitem equilíbrio na reta final.

- A mídia brasileira tem refletido a posição de boa parte da mídia francesa e global, para quem Sarkozy não teria a menor chance de derrotar o socialista Hollande neste domingo. A nota a seguir, que é replicada pelo site Terra, mostra uma realidade pouco diferente. Além de reduzir a diferença inicial de 10 para 4 pontos, a reportagem já admite que a extrema direita não migrou em peso para Hollande, o que seria um contrasenso fantástico. 
Os institutos de pesquisa apontam que entre 55 e 60% dos 6,4 milhões de eleitores do partido extremista devem escolher o atual presidente na votação de hoje, estimulados pelas promessas de campanha dele nos temas importantes para a extrema direita, a imigração e a segurança, durante os 15 dias que separaram os dois turnos. Enquanto isso, somente 15% destes eleitores pretendem votar em Hollande neste domingo - a maioria por querer impedir a reeleição do atual governante a qualquer custo. O restante, entre 25 e 30%, deve se abster ou votar em branco, a exemplo da própria Marine Le Pen.
A virada radical de Sarkozy à esquerda afastou, ao mesmo tempo, outra potencial reserva de votos para a sua reeleição: os centristas, donos de 9,1% das cédulas no primeiro turno. Decepcionado com a sedução aberta do presidente ao eleitorado de extrema direita, o partido MoDem não incentivou a militância para um lado ou outro, porém, o presidente da sigla, François Bayrou, afirmou que vai votar em Hollande por condenar a "obsessão" de Sarkozy pelo fim da imigração na França. "Não quero votar em branco, isso seria indecisão e, nestas circunstâncias, a indecisão é impossível", afirmou Bayrou, na quinta-feira. A postura é histórica no partido de centro, que jamais havia votado na esquerda desde a sua criação, em 1978.
Restam ainda os indecisos. Na sexta-feira, a apenas dois dias da decisão da eleição, ainda havia entre 15 e 20% de eleitores que não sabiam em quem iriam votar. Eles alimentam os últimos suspiros da campanha de Sarkozy: até sexta-feira, última oportunidade de a imprensa francesa dar a palavra aos candidatos, o presidente ainda acreditava em uma "surpresa". Inspirado pelas pesquisas finais de intenções de voto, que apontam a aproximação entre o presidente e o socialista na reta final da campanha, o conservador clamou por "uma mobilização excepcional de última hora" para virar a eleição. A derrota poderá marcar uma página na carreira política do governante: ele se tornaria o primeiro presidente francês a não conseguir se reeleger em mais de 30 anos.

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