* Clipping "Correio do Povo", Porto Alegre, domingo. Artigo de Elio Gaspari.
A dura vida do Presidente da OAB
Por Elio Gaspari, jornalista
Em janeiro, o Procurador Ophir Cavalcante, licenciado desde 1998, custava à Viúva R$ 30.062,07 mensais
É dura a vida do Presidente da Ordem dos Advogados, Ophir Cavalcante. No último ano ele condenou o tamanho da fila dos precatórios de São Paulo, a farra dos passaportes diplomáticos, as fraudes nos exames da Ordem, a atuação de advogados estrangeiros em Pindorama, o enriquecimento de Antonio Palocci e a blindagem dos "ficha suja". Defendeu a autonomia salarial do Judiciário e os poderes do Conselho Nacional de Justiça.
Como se sabe, Ophir Cavalcante é sócio de um escritório de advocacia em Belém e procurador do governo do Pará, licenciado desde 1998, quando se tornou vice-presidente da seccional da Ordem. Até aí, tudo bem, pois Raymundo Faoro era procurador do Estado do Rio, apesar de não lhe passar pela cabeça ficar 13 anos com um pé na folha da Viúva e outro na nobiliarquia da Ordem.
Em agosto do ano passado, quando o Tribunal Regional Federal permitiu que Senado pagasse salários acima do teto constitucional de R$ 26.723, Cavalcante disse o seguinte: "O correto para o gestor público é que efetue o corte pelo teto e que as pessoas que se sentirem prejudicadas procurem o Judiciário, e não o contrário".
Em tese, os vencimentos dos procuradores do Pará deveriam ficar abaixo de um teto de R$ 24.117. Seu "Comprovante de Pagamento" de janeiro passado informa que teve um salário bruto de R$ 29.800,59. O documento retrata as fantasias salariais onde a Viúva finge que paga pouco e os doutores fingem que recebem menos do que merecem. Isso não ocorre só com ele, nem é exclusividade do Ministério Público do Pará.
O salário-base do doutor é de R$ 8.230,57. Para os cavalgados é isso, e acabou-se.
No caso de Cavalcante, somam-se sete penduricalhos. Há duas gratificações, uma de R$ 6.584 por escolaridade, outra de R$ 7.095 por "tempo de serviço" (na repartição, ficou três anos, mas isso não importa); R$ 4.115 por "auxílio pelo exercício em unidade diferenciada" (a procuradoria fica em Belém, mas ele está lotado na unidade setorial de Brasília).
Esse contracheque levou uma mordida de R$ 5.196 do Imposto de Renda. Se o doutor trabalhasse numa empresa privada, com salário bruto de 29.800,59, tivesse dois dependentes e pagasse, como ele, R$ 2.141 na previdência privada, tomaria uma mordida de R$ 6.760.
Finalmente, há R$ 314 de auxílio-alimentação, o que dá R$ 15,70 por almoço.
A OAB precisa protestar: o Ministério Público paraense passa fome.
Sinceramente? Quer ganhar R$ 20 mil por mês, vá dar o sangue na iniciativa privada. É o fim da picada o contibuinte pagar 40% de seu rendimento anual para financiar a claque de tiradores de xerox dependurados nas tetas do estado. A hora que algum partido entender que o trabalhador não aguenta mais carregar nas costas essa gente e personificar essa revolta, estará feita a "revolucão liberal" no país.
ResponderExcluirPolíbio,
ResponderExcluirÉ é assim, que se GOVERNA O BRASIL.E sua instituições.
"BANDO DE ABUTRES".
Abraços
Fui buscar documentos em vários órgãos públicos,afixado nas paredes papel com Artigo 331 desacato a Servidor Publico,não sabia do que se tratava, ai pedi pro pessoal que aguardava, do que se trata; diz a turma; olha o atendimento,o descaso a demora é tanta que a pessoa (contribuinte) se enche o saco e mete a boca, ai eles colocam este papel para amedrontar nós que somos o patrão. Pode ? Significa os caras cobram o que querem, fazem o que bem entendem, trabalhar se e quando querem e o contribuinte (POVO ) paga a conta e fica calado.
ResponderExcluirTá ruim mas tá bom.
Antonio
Haha... O editor deve estar de gozacao... Sempre que o ophir vinha a midia atacar os petralhas era apoiado pelo signatario do blog... Agora resolveu postar contra o ophir?
ResponderExcluirEsse Élio Gaspari, não tem moral prá atacar ninguém. Qdo do gov.FHC,elle vivia atacando o gov. tucano. Não vejo elle atacar as roubalheiras desse governo do pT, é tanto roubo mas tanto roubo, que a gente até fica perdido por onde começar a protestar pelos roubos.
ResponderExcluirQuer dizer que o cara está licenciado do cargo, trabalha em Brasilia (ganha mais por isso) e o contribuinte paga o salário. Porque a rica OAB não paga seu salário. Pode ser lrgal, mas é imoral.
ResponderExcluirSe o problema fosse apenas o Ophir eu estaria feliz.
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