Clipping, reportagem de Veja: "Saiba, aqui, quem é Dilma Roussef"

Ricardo Setti, um dos maiores jornalistas do Brasil, repórter da revista Veja, deu-se ao trabalho de esmerilhar toda a vida de Dilma e conseguiu produzir um texto definitivo sobre a nova presidente. A reportagem é brilhante. Ao final e ao cabo, depois de contar tudo o que se sabe e o que apenas se intui, Setti faz uma pergunta que milhões de brasileiros também se fazem neste sábado:


- Dilma será capaz de construir uma moldura ética que dê sentido ao seu governo ? 


. O editor, que conheceu e trabalhou com Dilma dentro do PDT, da prefeitura de Porto Alegre e do governo do Estado, recomenda que os leitores procurem ler a peça teatral "A Engrenhagem", de Sartre, porque depois de lê-la, talvez entendam melhor o que vai acontecer. O personagem principal até tem valor adicionado por si mesmo, coisa que Dilma Roussef está longe de possuir. 

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Aod Cunha ainda decide se integrará ou não o governo de Dilma Roussef

Só na semana que vem, depois de  voltar de Garopaba,onde foi passar as festas de final de ano com a família, o ex-secretário da Fazenda de Yeda Crusius, Aod Cunha, decidirá se aceitará ou não o convite para ingressar no governo Dilma Roussef. O convite foi para ser o braço direito do industrial Jorge Gerdau no núcleo de gestão que será criado pela presidente eleita, Dilma Rousseff. 


. Jorge Gerdau esteve com a governadora Yeda Crusius e disse que convidou Aod. Yeda não fez restrições.


. O ex-secretário da Fazenda de Yeda implementou com sucesso o programa Déficit Zero no governo do RS.


- Gerdau, também presidente do Conselho do INDG, já tinha levado para fora do RS outro membro do governo Yeda, no caso o ex-secretário do Planejamento, Mateus Bandeira, que se mudará para Minas, onde assumirá o cargo de presidente do INDG.

Homem do Pronasci gaúcho renuncia antes de assumir e vai para Brasília

Antes de Kopittke, Tarso perdeu os secretários da Fazenda — Arno Augustin vai ficar em Brasília — e da Ciência, Tecnologia e Inovação — Jorge Guimarães irá permanecer no governo Dilma. Tarso não emplacou ninguém no ministério de Dilma Roussef, mas cede com prazer seus homens de confiança, que ocuparão posições no segundo e terceiro escalões do novo governo. 

. O atual secretário de Segurança de Canoas, Alberto Kopittke, que havia sido escolhido por Tarso para coordenar o principal programa de segurança pública do futuro governo (Programa Estadual de Segurança com Cidadania — Proesci —, versão gaúcha do Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania - Pronasci). Kopittke irá para Brasília como secretário nacional adjunto de segurança pública ao lado da titular, Regina Miki.

. Kopittke se muda na segunda-feira para Brasília.

Lula (Putin) tutelará ou não o governo de Dilma Roussef (Mevdevd) ?

Lula sempre será a grande sombra sobre o governo de Dilma Roussef, que é a nova presidente do Brasil. Ele retirou-a da obscuridade, deu-lhe sopro de vida política, tornou-a candidata e a elegeu.

. Muita gente compara o que Lula fez com Dilma e o que fez Getúlio com Dutra (1946). São situações diferentes, porque Getúlio Vargas apenas apoiou o general que ajudou a depô-lo um ano antes, mas não o retirou da obscuridade, não lhe deu sopro de vida política, não o tornou candidato e também não o elegeu.

. O caso de Lula não tem precedentes na história política e eleitoral brasileira.

. A situação é exatamente igual a que protagonizaram na Rússia o ex-presidente e atual premier, Vladimir Putin, e Dmitri Mevdved, o atual presidente.

. Como Putin, Lula é o suserano político de Dilma, que deve a ele tudo que é; e como Putin, Lula repartirá o governo com Dilma, o que fará através de um gênero de parlamentarismo sequer existente na legislação brasileira, mas que é resultado da enorme influência do ex-presidente no seu Partido, nos Partidos da base aliada, nas instituições republicanas e no miolo da própria sociedade brasileira.

. Se isto vai dar certo ou não num País tropical como o Brasil, será outra história, como também será outra história compreender a reação de Dilma Roussef, cuja trajetória política nunca foi a de uma marionete na mão de ninguém.

CLIQUE AQUI para ler "Presidencialismo mitigado ?Sem chance", artigo de Gaudêncio Torquato para O Estado de S. Paulo, 21 de novembro.

Conheça a herança bendita que Yeda deixou para Tarso Genro.

O governo gaúcho achou que foi de bom tamanho o crescimento extraordinário do PIB de 2010, que emplacou 7,8%, o maior da década, maior do que o avanço do próprio PIB do Brasil. 


. A governadora Yeda Crusius deixou não apenas uma economia em franco progresso, como também  uma herança bendita para o governador Tarso Genro, que recebeu um setor público com as finanças em ordem (déficit zero) e recuperação da perdida capacidade de investir, além das contas pagas, o que inclui salário e 13o em dia, condições que Olívio Dutra e Rigotto não conseguiram completar com êxito. 

. Durante seus quatro anos de mandato, Yeda emplacou taxas gordas de crescimento do PIB (2007, 6,1% ; 2008, 3,9%; 2010,  8,9%) e apenas uma negativa (2009, menos 0,8%). Tudo muito próximo do que Lula emplacou no mesmo período: 6,1%, 5,1%, menos 0,2% e mais 7,6%.  

. Um das razões principais do crescimento consistente da economia gaúcha foi a sucessão inédita de quatro supersafras seguidas, mas a doma das finanças estaduais e a recuperação da capacidade de investimento do Estado (só este ano, Yeda investiu R$ 1 bilhão em estradas novas e recuperadas, tudo de dinheiro próprio e tudo pago). 

- O novo governo poderá pensar seriamente em trabalhar na mudança da matriz econômica do RS, mas as primeiras entrevistas do governador Tarso Genro lembram os discursos do século passado, que era a chorumela de dar ênfase ao agronegócio e à produção industrial tradicional, alicerçados em atenção extremada aos problemas da chamada Metade Sul. O agronegócio, a indústria tradicional e a Metade Sul não são mais o que eram, já que no mundo plano quem puxa a economia são a indústria dinâmica, os serviços da alta tecnologia e os centros urbanos mais avançados e em conexão global. 

Tarso Genro assume com discurso de raposa felpuda

Assumiu o cargo de governador do RS o ex-ministro Tarso Genro. Ele foi o personagem principal do ato realizado no Salão Negrinho do Pastoreio nesta manhã de sábado. No discurso que fez depois de ouvir Yeda Crusius, ele sublinhou sua condição de dirigente do PT. O petista garantiu que a transparência será a marca de sua gestão, dizendo que a imprensa terá um "apoio especialíssimo" para fazer seu trabalho. Ele disse também que espera uma postura fiscalizadora dos meios de comunicação. Tarso referiu-se à vitória no primeiro turno, lembrando que não agrediu ninguém pessoalmente. 


. Foi um discurso de raposa felpuda da política brasileira, pouco comum nos eventos da sua história de militante do Partido Comunsita Revolucionário Brasileiro e do PT.

. Além de Olívio Dutra, Tarso Genro também citou Erico Veríssimo, Raimundo Faoro e Nelson Mandela.

. O novo governador terminou sua fala  às 10h20min. Em seguida, acompanhou Yeda Crusius até a porta do Palácio, ato simbólico da transmissão do cargo. Antes do discurso do novo governador, Yeda fez um discurso burocrático, falou por 20 minutos e destacou programas de combate à violência feitos em sua gestão.



. Tarso viajou depois para Brasília, para a posse de Dilma Roussef, enquanto Yeda foi arrumar as malas para viajar para Miami. 


- Sobre a fala do novo governador: 1) A vitória de Tarso Genro no primeiro turno foi resultado de uma desconstrução dos adversários, que promoveram durante quatro anos o PT e o governo federal do qual fez parte como chefe da Polícia Federal. Ele nem enfrentou oposição na campanha. 2) O papel fiscalizador que espera da imprensa poderá ser exercido, mas Tarso Genro terá que renunciar ao controle direto do conteúdo da mídia, via Conselho de Comunicação, órgão fascista e autoritário que sempre defendeu.


CLIQUE AQUI para ler a análise "Curvas nos caminhos da liberdade". O autor é Gaudêncio Torquato. O artigo foi publicado pelo Estadão no dia 14 de novembro e tem a ver com as tentativas petistas, inclusive de Tarso, de criar um marco regulatório para controlar o conteúdo de matérias jornalísticas.

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