Reunião dramática que teve até choro de Fogaça, decidiu que o PMDB do RS vai apoiar Serra

Ao contrário do que pode parecer, o PMDB do RS não saiu dividido da reunião. Quando as propostas vão para o voto, as partes concordam de antemão em respeitar a decisão da maioria. No caso, ao responder a declaração de Simon, que entrou e saiu mudo da reunião do Partido, mas que apontou divisão, vale a declaração de Ibsen Pinheiro: "Dividido, sim: 9 de um lado e um do outro". Isto não se chama divisão. Simon queria a unanimidade, pelo visto, mas toda a unanimidade é burra e ditatorial.  O contraditório é democrático, mas é mais democrático ainda respeitar a vontade da maioria, sem o que não existe organização social civilizada e passa a imperar a lei da força ou da mais reles traição.  Mendes Filho, o líder dos 10% que apoiaram Dilma na reunião, foi o grande perdedor do dia. Caso não se sujeite à decisão e insista na dissenção e abraçar Tarso, como fez ontem, jamais poderá reclamar por apoio  para suas pretensões de disputar o governo estadual em 2014. O deputado faria bem em se sujeitar ao resultado da votação, caso decida seguir o exemplo do pai, que derrotado por Britto, submeteu-se à decisão da maioria. Mendes Ribeiro nunca absorveu totalmente a derrota, mas não foi para a dissidência, preferindo ir para casa,  cuidar da própria vida, abandonando a política.

Terminou ainda há pouco a assembleia convocada pelo PMDB para tirar uma posição sobre a sucessão presidencial.

. A proposta de apoio imediato ao candidato José Serra foi aprovada por 90% da assembléia, que reuniu a Executiva do PMDB, deputados federais e estaduais, prefeitos e vereadores do RS.

. Foi uma reunião histórica.

. Os debates no Everest Hotel foram acalorados desde o início. Conduzidos pelo deputado Márcio Biolchi (Simon, presente, renunciou ao cargo depois do primeiro turno), foram permitidos oradores dos dois lados, mas a lista dos defensores de Dilma Roussef, liderada pelo deputado Mendes Filho, esgotou em poucos minutos. Houve impasse e tumulto quando o deputado Mendes Filho tentou impedir a votação das propostas, ameaçando retirar-se do plenário. Foi o momento de maior tensão, porque na mesma hora o ex-prefeito José Fogaça pediu a palavra e aos berros, chorando, clamou pela unidade:

- Esta é a cruz que eu carreguei nos ombros durante toda a campanha: um PMDB dividido. Não é possível que isto prossiga desta forma.

. O discurso calou fundo na assembléia, Mendes Filho pediu desculpas, permaneceu no plenário e foi derrotado de maneira aplastante, já que seu grupo obteve menos de 10% dos votos.

- Regimentalmente, o que pouco importa neste momento, a assembléia tirou uma recomendação para que o diretório e a convenão sejam convocados, mas já não há mais tempo e nem interesse para que isto aconteça. O PMDB do RS decidiu apoiar Serra.