Entrevista, Cesar Maia: "Marketing eleitoral foi atrasado, do tipo Vote em Mim"

A entrevista a seguir é de Cesar Maia, ex-prefeito do Rio. ele aborda o fracasso do marketing político nesta eleição. A análise que faz, serve como uma luva ao caso do RS.

O Senhor acompanha atentamente marketing político ao redor do mundo e aqui no Brasil. O que mudou em termos de marketing nesta eleição? Os candidatos estavam mais engessados, excessivamente guiados por talking points. Tivemos uma eleição de marketing politico primário, típico de 50 anos atrás na América Latina com o caudilho orientando o eleitor e ocupando todos os espaços, nas ruas, nas rádios, nos panfletos e agora na TV.

O que o Senhor acha da estratégia de marketing da Dilma e do Serra?
Nenhum dos dois teve estratégia de marketing se usarmos como referência os Estados Unidos e a Grã-Bretanha. Dilma fazia uma comunicação simplista: de quem quer o caudilho, vote em mim. Serra apostou numa continuidade com melhorias e teve que mudar tudo atropelado pelos escândalos que envolveram o Planalto. Marina começou com o discurso de sustentabilidade e século 21, e cresceu em função do voto evangélico e os valores cristãos que professa. Não houve estratégias.

Há um artificialismo na campanha?
Não. Há o relançamento do populismo eleitoral dos anos 50. E por isso fenômenos de voto, nessa mesma linha para parlamentares.

Os debates foram muito engessados? O que deveria mudar?
Não houve debates se tomarmos como referência os debates nos EUA, Grã-Bretanha, Espanha e França.

E o horário politico, cumpre a função de informar o eleitor?
Serve para isso, mas esse ano foi depolitizador: vote em mim porque 'papá' pede.

Faltam figuras políticas carismáticas na eleição atual, como foram em uma era Jânio Quadros, Juscelino?
Faltam agendas. Os caudilhos dos anos 50 tinham agenda. Os de hoje apostam na antipolítica no sentido que os cientistas políticos dão.

4 comentários:

  1. Poderias ter perguntado a opinião dele sobre o próprio fracasso.

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  2. O marketing político do César Maia foi ótimo. O ex-prefeito acabou em quarto lugar na eleição para o senado no RJ, com 11%, a frente apenas do pagodeiro Vaguinho. hahahahahahaha

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  3. A direitalha tá carente de protagonistas há muito tempo. Em seguida o "editor" coloca aí Tasso Jereissati, Artur Virgilio, Marco Maciel, Sem falar no FHC e no morto-vivo do Serra.

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  4. Cesar Maia...Cesar Maia... Não é aquele que levou um passa fora do povo do Rio???

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