Serra na Veja: "Me preparei a vida inteira para ser presidente"

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Com a casa em ordem, Serra vai à luta
Revista Veja – 18 de abril de 2010
Depois de unificar o PSDB em torno da sua candidatura, José Serra começa a pavimentar o caminho rumo ao seu objetivo: liderar o Brasil na era pós-Lula.

Ungido há menos de dez dias candidato oficial do PSDB à Presidência da República, José Serra não poderia encontrar ambiente mais propício para iniciar sua campanha. Os tucanos estão animadíssimos – o que havia muito tempo não ocorria. Na semana passada, ao barulhento lançamento da candidatura de Serra, acorreram mais de 6 000 militantes do partido. Vindos de todos os estados, carregavam bandeiras, espremiam-se uns contra os outros e cantavam sem parar no amplo auditório alugado pela sigla. A maioria usava camisetas nas cores azul e amarelo, algumas com inscrições como "temos orgulho do que criamos". O motivo da animação é que o PSDB, finalmente, tem um projeto definido, aprovado e defendido por todos na sigla: eleger José Serra presidente da República. E eis aí o segundo elemento a pavimentar o caminho de Serra nessa campanha. Seu partido vai unido para a briga. E isso, tratando-se de PSDB, é outra grande novidade.


O próprio Serra é o maior responsável pela unificação do partido. Nas duas últimas eleições presidenciais, o PSDB marchou dividido. Em 2002, a primeira candidatura de Serra à Presidência só se consolidou ao custo de engalfinhamentos com tucanos diversos, como o ex-ministro Paulo Renato e o senador Tasso Jereissati. Serra impôs sua ascendência de forma natural. Depois de passar pelo governo Fernando Henrique, pela prefeitura e pelo governo de São Paulo, ele é hoje reconhecido por seus pares como o mais preparado entre os tucanos para enfrentar o desafio de presidir o país. O ex-governador de Minas Gerais Aécio Neves, que também sonhava em se lançar na disputa pelo Planalto, abriu-lhe passagem, no fim do ano passado, num gesto maduro e generoso. Na festa de lançamento de Serra, foi Aécio o autor do discurso mais inflamado do dia em defesa do candidato. Os tucanos que ainda sonham ver o mineiro candidato a vice-presidente na chapa do partido quase levitaram.

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5 comentários:

  1. Cabe assinalar que a jornalista “isenta” da página 10 da ZH não mencionou absolutamente nada sobre a pesquisa Datafolha no Sábado e apenas expos um micro-comentário genérico da Dilma sobre pesquisas, ao pé da página, hoje. Sexta à noite a Vejaonline já antecipava o resultado e Sábado a Folha SP já estampava na sua capa...
    Isso tudo apesar da jornalista “isenta” ter dado ênfase, no meio da semana, sobre a expectativa que todos tinham da pesquisa Datafolha, que poderia confirmar o empate acusado pela Sensus...

    Luiz

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  2. Tenho receio de Aécio Neves vice.

    Aliás, não me preocuparia tanto com vice presidentes, parece quase uma obscessão de alguns Petistas isso.

    Sinceramente, muitos Petistas e MUITOS FUNCIONÁRIOS PUBLICOS QUE PARTICIPARAM DESSA BAGUNÇA QUE FICOU O BRASIL são simpatizantes de Aécio.

    Já consatei, o que há por detrás disso? Eu ainda não sei.

    Mas espero que o Vice dele seja um camarada que não brilhe muito e saiba trabalhar bem, de acordo com o presidente.

    Afinal iremos eleger um presidente, e não um vice.

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  3. Aécio daria uma enorme votação em Minas para Serra, mas a chapa ficaria com jeito de "política do café com leite" e também de "alto nível intelectual" que não sei se faria bem ou mal às pretensões do PSDB. Melhor ele conseguir um vice nordestino bem popular por lá, ou quem sabe uma cara nova e confiável, do tipo Marina Silva. De qualquer jeito, é só encarar a campanha com bastante entusiasmo que não tem como perder. O Brasil está no mesmo caminho dos EUA. Dois mandatos para cada partido, alternadamente. O PT já teve seus dois. Está na hora de ir para a oposição e formar novos líderes. Terão oito anos para isso.

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  4. avatar


    Li e ri bastante a entrevista do diretor James Cameron às páginas amarelas da "Veja". Escrevi "diretor", mas estou a ser generoso. Cameron, de fato, dirigiu alguns filmes interessantes no século passado: os estimáveis "Aliens" ou mesmo "O Exterminador do Futuro". Bons tempos. Hoje, Cameron é o guru de uma igreja ambientalista que faz cinema para efeitos de propaganda. Um Michael Moore verde, em suma.

    Cameron esteve no Brasil para participar no Fórum Internacional de Sustentabilidade, em Manaus. Diz a revista que sobrevoou a Floresta Amazônica, previsivelmente com reverência panteísta. E até pediu ao presidente Lula para não construir uma usina hidrelétrica no Xingu.

    Eu nunca sobrevoei a Amazônia. Eu nunca estive no Xingu. Eu não sei se o Brasil precisa de uma usina hidrelétrica. Mas sei que James Cameron precisa de tratamento urgente. Com uma pose ridícula de iluminado espiritual, Cameron começa por lamentar a alienação dos homens modernos, cada vez mais afastados da natureza e do contato com os outros seres humanos.

    James Cameron tem da natureza a mesma idealização romântica que os românticos do século 19. Como se a natureza fosse lugar protetor da nossa existência terrena: uma fonte de bondade que revitaliza os nossos espíritos tresmalhados. Valerá a pena desmontar essa falácia? Valerá a pena dizer que a natureza é uma força indiferente e brutal, sem qualquer dimensão ética?

    Cameron discorda. Não sei se os milhares de passageiros retidos nos aeroportos da Europa por causa da natureza "benigna" de um vulcão concordam com Cameron. Duvido.

    E também duvido da dimensão humanista de Cameron. O "diretor" lamenta que os homens estejam afastados uns dos outros. E culpa a tecnologia, a internet, as "redes sociais" por oferecerem simulacros de realidade.

    Em teoria, sou capaz de concordar com Cameron. É por isso que uso a internet esparsamente e não frequento "redes sociais". Mas levar a sério uma condenação da tecnologia feita pelo mais adolescente entusiasta dela é como ouvir um discurso feminista pela boca de Osama Bin Laden. Um paradoxo.

    Aliás, tudo em Cameron é paradoxal. A começar pela justificação da sua derrota no Oscar desse ano. Para Cameron, "Avatar" é tão visualmente deslumbrante que os membros da Academia não deram grande crédito à história. Infelizmente, a "Veja" não formulou a questão fundamental: "Mas que história, Padre Cameron?"

    "Avatar", em termos narrativos, não se distingue dos clichês habituais sobre a ganância do "homem branco" e a grandeza moral de qualquer tribo indígena que desconheça o papel higiênico. Até o momento em que o "homem branco" se converte ao nativismo, usando folhas de árvore para o serviço e olhando com repugnância para a sua própria cultura "imperialista" e ocidental.

    Não sei quantas vezes assisti a esse sermão. Mas sei que o sabor do refogado não se altera com temperos tecnológicos. "Avatar" é um exercício moralista e pedestre construído por um milionário californiano que jamais abandonaria os confortos da civilização "branca" e "imperialista" para se entregar à pureza das florestas. (João Pereira Coutinho)

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  5. compustura


    Perco a eleição, mas não perco a compustura, falou a certa altura Fernando Henrique Cardoso, há pouco, no Canal Livre da TV Bandeirantes aberta, criticando os modos de Lula na campanha de sua Dilma, frisando que jamais na história da República um presidente foi condenado a pagar multa por um tribunal, e muito menos fazendo chacota do caso. Bateu ainda no passar a mão de Lula na cabeça de criminoso, dizendo ser ato recorrente do presidente, citando o exemplo dos aloprados. Essa foi a pimenta, na longa e esclarecedora entrevista. Vai pautar o noticiário da esquerda desmaiada, como vem fazendo com seus artigos pelos jornais

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